O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 15%, destacando que, apesar da desaceleração da economia e da inflação melhor do que o esperado, é necessário manter a cautela para garantir a continuidade da desinflação.
O mercado de trabalho ainda apresenta pressão, e as expectativas inflacionárias seguem acima da meta, indicando que o ciclo de cortes na taxa básica de juros só deve começar em março de 2026, com projeções apontando a Selic em torno de 12% ao final do ano.
Especialistas reforçam que o cenário externo mais favorável ajuda a desacelerar a inflação de bens e alimentos, mas a inflação de serviços continua alta, o que justifica a postura conservadora do Copom em sua última ata.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central mantém a Selic em 15%, reconhecendo que a economia está desacelerando e a inflação surpreendeu positivamente, mas mantém cautela para não iniciar cortes em janeiro. A ata divulgada nesta terça-feira aponta que a política monetária ainda precisa ser mantida em patamares contracionistas para sustentar a desinflação.
Especialistas, como Caio Megale, economista-chefe da XP, destacam que, apesar da melhora no cenário inflacionário, os vetores inflacionários permanecem adversos, o que exige atenção do Banco Central. O mercado de trabalho segue apertado e as expectativas inflacionárias permanecem acima da meta, reforçando a avaliação de que a Selic deve se manter elevada por mais tempo.
A economista-chefe do Inter, Rafaela Vitoria, reforça que o Copom não sinalizou cortes próximos, e que qualquer flexibilização dependerá de melhorias futuras na inflação e nas expectativas. O cenário externo mais favorável tem contribuído para a desaceleração da inflação de bens industriais e alimentos, mas o ritmo lento na queda da inflação de serviços mantém a cautela.
Para Felipe Tavares, da BGC Liquidez, o consumo das famílias já mostra desaceleração, mas o mercado de trabalho ainda é um desafio. A expectativa é que o ciclo de cortes na Selic pode começar só em março de 2026, com projeções indicando uma taxa em torno de 12% ao final do ano.
O Goldman Sachs também avalia que, apesar dos avanços, é cedo para relaxar a política monetária, e o ciclo de normalização das taxas deve iniciar apenas na reunião de março, com cortes gradativos previstos durante o ano.
Via InfoMoney