Copom Mantém Selic em 15% e Anuncia Novo Estágio na Política Monetária

Banco Central anuncia novo estágio na política monetária com Selic em 15%. Entenda as novidades e impactos para a economia brasileira.
23/09/2025 às 11:25 | Atualizado há 3 meses
               
Ata do Copom
Manutenção da taxa é vista como crucial para atingir meta de inflação. (Imagem/Reprodução: Forbes)

O Banco Central do Brasil (BC) divulgou a Ata do Copom, que trata da última reunião da instituição. O comitê decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano, sinalizando uma nova fase na política monetária. Apesar das incertezas econômicas, a decisão unânime dos diretores reflete a cautela necessária diante do cenário atual.

Durante a reunião, o BC interrompeu o ciclo de elevação de juros para avaliar os efeitos das medidas já adotadas. O foco é garantir que a manutenção da taxa por tempo prolongado ajude a cumprir a meta de inflação de 3%. A expectativa é que o Copom possa ajustar sua posição caso necessário, reforçando a vigilância em relação à economia.

Analistas, como Caio Megale, veem a ata como um sinal de uma postura mais firme por parte do BC. Ele avalia que cortes nos juros no curto prazo são improváveis, mas destaca a importância da eficiência nas expectativas inflacionárias. O cenário econômico traz desafios, mas o compromisso do Banco Central com a meta de inflação é claro, refletindo em dados positivos recentes.
O Banco Central do Brasil (BC) divulgou a Ata do Copom, referente à sua última reunião. A autarquia avaliou os impactos dos aumentos nas taxas de juros e sinalizou que a política monetária brasileira entra em uma nova fase. Apesar disso, a taxa Selic deve permanecer em 15% por um período considerável. Entenda os principais pontos discutidos e as perspectivas para a economia.

O BC interrompeu o ciclo de elevação de juros para analisar os efeitos acumulados das medidas. Segundo o documento, o Comitê de Política Monetária (Copom) optou por manter a taxa inalterada, avaliando se a estratégia de manter o nível atual por um longo período será suficiente para convergir a inflação à meta estabelecida.

A decisão de manter a Selic em 15% ao ano foi unânime entre os diretores do BC. A autarquia enfatizou que o cenário de incertezas demanda cautela. Além disso, o Copom retirou a menção de julho sobre a interrupção no ciclo de alta de juros, indicando uma postura mais conservadora.

Apesar de indicar a manutenção da Selic por um período prolongado, o Copom ressaltou que os próximos passos da política monetária poderão ser ajustados, e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue necessário. Essa comunicação reforça um tom de vigilância em relação ao cenário econômico.

Caio Megale, economista-chefe da XP, interpreta a Ata do Copom como um reforço do tom mais duro do BC, visando evitar discussões sobre cortes de juros no curto prazo. Megale acredita que um ciclo de corte de juros é improvável ainda neste ano, projetando um cenário de melhora inflacionária em 2026.

O BC reafirmou seu compromisso com a meta de inflação de 3%, destacando que os índices de preços recentes apresentam uma dinâmica mais favorável do que a prevista inicialmente. A valorização do câmbio e o comportamento das commodities contribuíram para a redução da inflação de bens industrializados e alimentos, segundo o BC.

A valorização do real pode estar relacionada ao diferencial de juros entre o Brasil e outras economias, bem como à depreciação do dólar frente a outras moedas. A inflação de serviços, por outro lado, tem se mostrado mais resistente, influenciada por um mercado de trabalho dinâmico.

O BC observou sinais de moderação na atividade econômica, o que reforça a convicção de que o cenário delineado anteriormente está se concretizando. Estímulos fiscais e creditícios não causaram grandes distorções até o momento. No crédito, o BC notou um arrefecimento, com maior resfriamento em linhas de maior duração.

As expectativas de inflação medidas pelo boletim Focus apresentaram um movimento de queda, concentrado em horizontes mais curtos. O Comitê avalia que a reancoragem das expectativas reduz os custos da desinflação e exige perseverança, firmeza e serenidade.

Via Forbes Brasil

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.