O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa Selic em 15%, mantendo o patamar desde junho. Essa postura cautelosa do Banco Central surpreendeu o mercado, que esperava um sinal de flexibilização nos juros.
O comunicado indicou uma visão mais conservadora, reforçando a necessidade de manter juros elevados para controlar a inflação, que apesar de desacelerar ainda está acima da meta. Economistas destacam que a decisão ajuda a preservar a credibilidade da política monetária.
No entanto, a medida gerou críticas do setor industrial, que teme impactos negativos no investimento e na produção. As próximas reuniões do Copom continuam sendo fundamentais para a trajetória da economia brasileira.
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, em sua última reunião, manter a taxa Copom mantém Selic em 15%. A decisão, anunciada nesta quarta-feira (5), reforça a postura cautelosa do Banco Central em relação à política monetária, sem indicar possíveis cortes nos juros no curto prazo. Essa é a quarta vez consecutiva que a Selic permanece inalterada nesse patamar desde junho.
A expectativa do mercado era de que o Banco Central (BC) promovesse ajustes nas comunicações recentes, abrindo caminho para uma política monetária mais flexível nas próximas reuniões. No entanto, o comunicado do Copom apresentou poucas alterações, sendo interpretado por alguns economistas como uma postura mais conservadora.
Leonardo Costa, economista do ASA, classificou o comunicado como “neutro/hawk“, destacando a pequena redução na projeção de inflação. Essa avaliação contraria a expectativa de parte do mercado financeiro, que esperava um tom mais suave por parte do BC.
O Copom enfatizou a importância de manter a taxa de juros em um patamar elevado por um período prolongado para garantir a convergência da inflação à meta, especialmente em um cenário de expectativas consideradas desancoradas. Essa postura reforça o compromisso do comitê com o controle da inflação.
Essa decisão unânime do **Copom mantém Selic** em 15% surpreendeu alguns analistas, como Marcelo Bolzan, da The Hill Capital. Ele destacou que o comunicado seguiu a mesma linha do anterior, sem sinalizar uma possível mudança de rota no futuro, o que frustrou as expectativas de um posicionamento mais tranquilo.
Camilo Cavalcanti, gestor de portfólio da Oby Capital, observou que o comunicado mantém a avaliação de um cenário externo incerto, reforça a trajetória de moderação no crescimento econômico e reconhece um mercado de trabalho dinâmico.
A principal mudança em relação ao comunicado anterior foi a comunicação sobre a inflação. O Copom reconheceu que a inflação está arrefecendo, o que é considerado positivo, mas ressaltou que ela ainda se mantém acima da meta estabelecida.
Volnei Eyng, CEO da Multiplike, avaliou que a decisão reforça o compromisso com o controle da inflação, que permanece próxima do teto da meta. Ele ressaltou as preocupações com o cenário fiscal e a resiliência do mercado de trabalho.
Gustavo Assis, CEO da Asset Bank, acredita que o tom cauteloso do comunicado do **Copom mantém Selic** em 15% reforça a avaliação de uma política monetária estável. Para ele, a manutenção dos juros reduz a volatilidade, permite planejamento e confirma a credibilidade do Brasil no ciclo de aperto monetário.
Por outro lado, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) expressou preocupação com a manutenção da Selic em 15%, alertando que essa medida pode frear a produção e enfraquecer a indústria.
Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), classificou a decisão como um “duro golpe” na economia e na competitividade da indústria. Ele argumentou que o juro real elevado inibe o investimento produtivo, afeta o consumo das famílias e penaliza as camadas de menor renda.
O cenário econômico permanece em constante avaliação, e as próximas decisões do Copom serão cruciais para o futuro da política monetária e da economia brasileira. Acompanhe de perto as próximas reuniões e comunicados do Copom para se manter atualizado sobre as decisões que impactam o seu bolso e os seus investimentos.
Via InfoMoney