Após a recente medida de corte de impostos sobre eletrônicos pelo presidente Javier Milei na Argentina, uma publicação nas redes sociais alegou que o Valor do iPhone na Argentina cairia para cerca de R$ 2.317. A alegação rapidamente viralizou, alcançando mais de 961 mil visualizações no X. No entanto, essa informação é falsa.
Consultas realizadas em revendedoras oficiais e junto à Câmara de Comércio Argentino Brasileira indicam que, mesmo após a redução de impostos, não é possível encontrar iPhones, tanto modelos novos quanto antigos, por esse valor no país vizinho. O governo de Javier Milei implementou um decreto para zerar o imposto de importação de eletroeletrônicos, incluindo celulares, em duas fases.
A primeira fase reduziu o imposto de importação de 16% para 8%. A segunda fase, com o objetivo de zerar completamente a alíquota, está programada para entrar em vigor a partir de 15 de janeiro de 2026. O mesmo decreto também diminuiu a alíquota dos impostos internos sobre esses produtos para 9,5%.
Considerando a alíquota de 8% sobre celulares, uma pesquisa realizada em revendedoras oficiais da Apple na Argentina, como Maximstore, MacStation e iPoint, revelou que o iPhone 16 Pro, o modelo mais recente disponível, é vendido entre R$ 8.700 e R$ 11.000. Esses valores não incluem os impostos internos de 9,5%, o que significa que o preço final para o consumidor argentino pode ser ainda maior.
Frederico Servideo, presidente da Câmara de Comércio Argentino Brasileira de São Paulo, confirmou essa faixa de preços. Segundo ele, as ofertas de loja oficial do iPhone 16 Pro variam entre AR$ 2 milhões e AR$ 3 milhões (US$ 1.500 – US$ 2.300, aproximadamente), considerando pagamento à vista ou a prazo, o que impede que o preço chegue aos R$ 2.300 ou R$ 2.400.
Mesmo com o regime tributário de 0% previsto para 2026, não seria possível comprar um iPhone por menos de R$ 8.000. Servideo enfatiza que não seria viável alcançar a faixa de R$ 2.400, mesmo sem impostos de importação. Além disso, modelos mais antigos como o iPhone 13, lançado há quatro anos, não são encontrados por menos de R$ 5.000 nas mesmas revendedoras.
Manuel Adorni, porta-voz presidencial, declarou que as medidas de desoneração visam reduzir em 30% o preço de celulares e outros eletrônicos. Antes dessas medidas, o Valor do iPhone na Argentina poderia ser o dobro do praticado no Brasil e nos Estados Unidos. Adorni mencionou que a situação era tão extrema que algumas pessoas preferiam viajar para outros países para comprar um celular, pois ainda assim saía mais barato do que comprá-lo na Argentina.
Em comparação, no Brasil, o iPhone Pro 16 Max pode ser encontrado a partir de R$ 7.900, enquanto o iPhone 13 está disponível por cerca de R$ 3.600 em revendedoras autorizadas como FastShop e iPlace. Portanto, a alegação de que o Valor do iPhone na Argentina cairia para R$ 2.317 após o corte de impostos é falsa e não reflete a realidade dos preços praticados no mercado argentino.
Via G1