Corte de Juros do Fed e Seus Impactos no Ibovespa

Fed reduz juros e Ibovespa atinge novos máximos. Saiba como se posicionar com as dicas de especialistas.
17/09/2025 às 16:41 | Atualizado há 3 dias
Corte de juros
Federal Reserve realiza primeiro corte de juros desde dezembro de 2024. (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

O corte de juros pelo Federal Reserve dos EUA reflete uma economia em controle da inflação. Essa redução nas taxas impacta também o mercado financeiro brasileiro, com o Ibovespa atingindo 145 mil pontos e coroando um crescimento significativo no ano.

Historicamente, em ciclos similares de corte de juros, o Ibovespa já viu saltos expressivos, como os 58% registrados em 1998. Com a diminuição da atratividade dos títulos americanos, o Brasil surge como um investidor em potencial, atraindo atenção no cenário internacional.

Investidores são aconselhados a diversificar entre renda fixa e variável. Especialistas indicam que a combinação do corte de juros e um cenário interno favorável pode sustentar a alta do Ibovespa, mas é vital estar atento a possíveis retaliações do governo americano.
O corte de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, era amplamente esperado pelo mercado financeiro. A decisão de reduzir as taxas de juros, que estavam entre 4,25% e 4,50% ao ano desde dezembro de 2024, foi motivada pela percepção de que a inflação e outros indicadores econômicos nos EUA estão sob controle. Essa medida, além de beneficiar o consumidor americano, tem impactos significativos no mercado brasileiro.

O impacto do corte de juros já se faz sentir no Ibovespa, que renovou suas máximas históricas, atingindo 145 mil pontos e registrando uma alta de 20% no ano. Historicamente, em ciclos anteriores de corte de juros, o Ibovespa chegou a apresentar saltos ainda maiores, como o de 58% em um período de seis meses, ocorrido em 1998, um período com um contexto econômico diferente.

A redução das taxas de juros nos EUA torna os títulos públicos americanos menos atraentes, o que aumenta o interesse por bolsas de mercados emergentes, como o Brasil. Lucas Carvalho, head de research da Toro, destaca que o Brasil voltou ao radar do investidor estrangeiro. Ele observa que os agentes econômicos têm buscado alternativas aos valuations das bolsas nos Estados Unidos, e os mercados emergentes surgem como uma opção interessante.

A decisão do Fed de reduzir os custos dos empréstimos de forma contínua até o final do ano também contribui para esse cenário. Além disso, há um enfraquecimento do dólar e uma busca por novas geografias de investimento, o que beneficia o Brasil. Nos últimos anos, houve uma forte concentração de investimentos nos EUA, especialmente nas chamadas “sete magníficas” dentro do S&P 500 (SPX).

Com a Selic em 15%, o Brasil se torna um destino convidativo para investidores, abrindo espaço tanto para renda fixa (prefixados, indexados à inflação, ativos atrelados ao DI) quanto para renda variável. O corte de juros nos EUA, combinado com condições internas favoráveis e o efeito carry trade (captar em países com juros menores e investir no Brasil), tem sustentado a alta do Ibovespa.

Apesar do cenário positivo, é importante considerar a possibilidade de retaliações dos Estados Unidos ao Brasil. A XP Investimentos destaca que, em média, o Ibovespa supera os ativos de renda fixa em ciclos de corte de juros, com um retorno médio de 32,1% em reais e 41,2% em dólares um ano após o primeiro corte de juros. Setores ligados a commodities tendem a ter um desempenho inferior ao Ibovespa, enquanto setores domésticos costumam liderar.

Para os investidores, Lucas Carvalho recomenda uma alocação estruturada em renda variável internacional e no Brasil, sem abrir mão da renda fixa, que continua atrativa. Ele sugere prefixar em taxas altas agora, com produtos como CDBs, Tesouro Prefixado e letras financeiras, e destaca o bom momento para a renda fixa. Além disso, o ouro tem se mostrado um ativo alternativo importante, com alta de quase 38% no ano.

Via Money Times

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