Cosan capta R$ 9 bilhões e inicia nova fase com BTG e Perfin no controle

Cosan levanta R$ 9 bilhões com entrada do BTG e Perfin, reduz endividamento e avança em reestruturação estratégica.
04/11/2025 às 10:41 | Atualizado há 16 horas
               
Cosan BTG Pactual
BTG investe na Cosan, que reforça caixa e mantém controle com Ometto até 2031. (Imagem/Reprodução: Investnews)

A Cosan realizou uma emissão de ações que captou R$ 9 bilhões, podendo chegar a R$ 10,4 bilhões com lote adicional. Essa operação marcou a entrada de BTG Pactual e Perfin como novos sócios, com o objetivo de aliviar a pressão financeira da empresa e reestruturar seu capital.

A reestruturação financeira busca diminuir o endividamento acumulado após anos de expansão por aquisições e investimentos. O BTG tornou-se o maior acionista individual com cerca de 23% do capital, enquanto a Perfin e a holding de Rubens Ometto mantêm participação relevante, garantindo o controle formal da Cosan.

Com o novo aporte, a holding espera reduzir significativamente suas dívidas e despesas financeiras. A parceria com o BTG amplia a atuação em setores estratégicos como energia, combustíveis e logística, preparando a empresa para uma nova etapa focada em governança compartilhada e rentabilidade.
A Cosan BTG Pactual está em um momento de transformação após a emissão de ações que movimentou R$ 9 bilhões, podendo alcançar R$ 10,4 bilhões com um lote adicional. Essa operação possibilita a entrada do BTG Pactual e da Perfin como novos sócios, aliviando a pressão sobre o grupo que enfrentava dívidas crescentes e a necessidade de reestruturação de capital.

Essa mudança ocorre em um período de reorganização financeira para a Cosan, que busca reduzir a pressão sobre seu caixa após anos de expansão através de aquisições e investimentos de grande porte. A Cosan detém participações em diversas companhias importantes, como Raízen, Rumo, Compass, Radar e Moove.

Com a nova configuração, o BTG Pactual, liderado por André Esteves, se torna o maior acionista individual da Cosan, detendo aproximadamente 23% do capital. Em seguida, a Aguassanta Participações, holding de Rubens Ometto, possui 21%, e a Perfin com 10%.

O acordo de acionistas assegura a Rubens Ometto o controle formal da Cosan, mantendo 50,01% das ações com direito a voto e a presidência do conselho até 2031. No entanto, a influência passa a ser mais distribuída, refletindo a chegada de novos investimentos e participantes em áreas estratégicas como energia, combustíveis e logística.

A Aguassanta participou diretamente da operação, emitindo R$ 750 milhões em notas comerciais para apoiar a capitalização. O BTG contribuiu com R$ 6,5 bilhões e a Perfin com R$ 2 bilhões. Esses recursos serão utilizados para fortalecer o caixa da holding e diminuir seu endividamento, que tem sido um dos principais desafios da Cosan.

Além de reforçar o caixa, essa reestruturação amplia a influência do BTG em setores cruciais da economia, abrangendo desde energia e combustíveis até logística ferroviária e distribuição de gás. O banco já possui uma presença significativa na Perfin, gestora com mais de R$ 20 bilhões sob gestão, o que fortalece o alinhamento entre os novos sócios da Cosan BTG Pactual.

A nova estrutura acionária também tem implicações para os acionistas minoritários. Na primeira emissão de 1,45 bilhão de papéis, somente o consórcio formado por BTG, Perfin e Aguassanta pôde participar, o que significa que os investidores individuais não tiveram direito de preferência. Isso resulta em uma diluição automática, com cada ação da Cosan perdendo cerca de 43% de sua participação relativa.

Os acionistas minoritários poderão exercer seu direito de preferência na segunda oferta, que será menor, com 550 milhões de ações. Embora essa medida tenha gerado críticas no mercado, ela está prevista no estatuto da companhia e foi considerada fundamental para viabilizar a entrada dos novos sócios e a rápida injeção de capital na Cosan BTG Pactual.

Esse aumento de capital é uma resposta a um ciclo de forte alavancagem iniciado em 2022, quando a Cosan investiu R$ 18,5 bilhões para adquirir quase 5% da Vale, buscando aumentar sua influência na mineradora. No entanto, o plano não obteve sucesso, e a dívida consolidada do grupo atingiu R$ 93 bilhões, equivalente a 3,4 vezes o Ebitda dos últimos 12 meses.

Para acelerar o ajuste, a Cosan também vendeu participações minoritárias em ativos de energia, açúcar e etanol, além de sua fatia no Grupo Nós, proprietário dos minimercados Oxxo. Essas ações, juntamente com o novo aporte, visam restabelecer a capacidade de investimento e preparar a empresa para uma nova fase, com uma governança mais compartilhada e foco em rentabilidade.

A operação também consolida a aproximação entre o capital financeiro e o industrial. Rubens Ometto e André Esteves passam a compartilhar espaço em um mesmo conglomerado, ampliando o raio de influência do BTG em negócios ligados à infraestrutura e energia.

Com o novo capital, a holding deve reduzir quase pela metade seu passivo e economizar aproximadamente R$ 1 bilhão por ano em despesas financeiras. Mais do que um alívio no balanço, a operação redefine a organização da Cosan, que agora divide o espaço com um banco de investimento que acumula influência em infraestrutura, energia e agronegócio.

Via InvestNews

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.