Cosan (CSAN3) e Raízen (RAIZ4) buscam reduzir dívidas, aponta BofA

Bank of America analisa o cenário de dívida da Cosan e Raízen e suas estratégias para recuperação econômica.
02/09/2025 às 15:25 | Atualizado há 3 dias
Aumento de capital na Raízen
Cosan se destaca na América Latina por sua reestruturação e desalavancagem impressionantes. (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

O Bank of America projetou uma valorização de 86% para a Cosan (CSAN3), ressaltando sua nova estratégia para redução de dívidas. Apesar de um ano difícil, com ações em baixa, a empresa está concentrando esforços na Raízen (RAIZ4) e em um possível aumento de capital. Isso pode beneficiar a empresa no futuro e atrair novos investidores.

Analistas destacam a importância das ações da Cosan, que envolvem a venda de ativos e a reestruturação financeira. A expectativa é que um aumento de capital na Raízen gere um impacto positivo, mesmo com as preocupações sobre a alavancagem e o mercado não reconhecendo totalmente o valor potencial da Raízen na avaliação da Cosan.

As vendas recentes de usinas e a intenção de reduzir dívida são passos positivos, mas a emissão de novas ações geram incertezas. Para os investidores, o BofA mantém uma recomendação neutra, mas com uma possível valorização significativa à frente.
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O Bank of America (BofA) sinaliza uma perspectiva promissora para a Cosan (CSAN3), destacando seu potencial de valorização em 86%. A análise considera a reestruturação e desalavancagem da empresa na América Latina, apesar dos desafios de juros elevados e do recuo de 27% nas ações no último ano. As atenções se voltam agora para a Raízen (RAIZ4) e um possível aumento de capital que pode impulsionar o valor da Cosan.

Analistas do BofA, como Isabella Simonato, Julia Zaniolo e Rogerio Araujo, apontam que a Cosan tem trabalhado ativamente na redução de sua alavancagem, por meio da gestão de passivos e da venda de participação na Vale (VALE3). As estratégias operacionais, especialmente na Raízen, também são cruciais nesse processo de reestruturação.

Apesar dos desafios enfrentados, o cenário para a Cosan pode mudar com a expectativa de um aumento de capital na Raízen. Essa movimentação tem o potencial de destravar valor e atrair um novo acionista estratégico para a Cosan, gerando valor adicional para a empresa no futuro. Diante desse contexto, os analistas do BofA recomendam a compra das ações da Cosan.

O mercado parece não estar considerando o potencial da Raízen na precificação das ações da Cosan, conforme avaliação do Bank of America. A preocupação dos investidores com o balanço alavancado da Raízen e o risco de diluição após o anúncio do plano de aumento de capital na Raízen podem estar impactando essa percepção.

Em uma análise da soma das partes (SOTP), o BofA estima um valor justo de R$ 13,70 por ação da Cosan, com R$ 3,10 provenientes da Raízen. Mesmo que a Raízen fosse excluída dessa avaliação, o valor justo ainda indicaria um potencial significativo de valorização para a Cosan.

Caso o aumento de capital na Raízen seja concretizado, com valores entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões e sem a participação da Cosan ao preço atual, a diluição para a Cosan seria de 2%, totalizando R$ 5,6 bilhões. No entanto, mesmo com essa diluição, o potencial de valorização da Cosan, caso a Raízen fosse devidamente precificada, poderia chegar a 50%.

O Bank of America também divulgou outro relatório destacando a venda recente de duas usinas da Raízen (Rio Brilhante e Passa Tempo) em Mato Grosso do Sul, com capacidade total de 6 milhões de toneladas, por R$ 1,5 bilhão. Essa movimentação é vista como positiva, com o desinvestimento em ativos de cana superando as expectativas iniciais.

Desde novembro de 2024, a Raízen já vendeu 5 ativos de cana, totalizando 12 milhões de toneladas de capacidade, e levantou R$ 3,4 bilhões — superando a expectativa inicial de venda de aproximadamente 7 milhões de toneladas. Atualmente, a Raízen opera 25 usinas com 75 milhões de toneladas de capacidade.

Apesar da estratégia de reciclagem de portfólio ser considerada positiva e estar avançando acima das expectativas, a Raízen anunciou, juntamente com os resultados considerados fracos do 1T26, que pretende realizar um aumento de capital na Raízen no curto prazo para acelerar o processo de desalavancagem.

Analistas estimam que a Raízen precisa reduzir cerca de R$ 15 bilhões em dívida por meio da venda de ativos e do aumento de capital na Raízen. A incerteza quanto ao tamanho da emissão e o risco de diluição continuam sendo fatores relevantes para as ações da empresa. O BofA mantém sua recomendação neutra e preço-alvo de R$ 1,25 para a ação da Raízen.

Via Money Times

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Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.