No sítio arqueológico Balcón de Montezuma, México, foi encontrado um crânio humano com formato incomum, semelhante a um cubo, datado em 1.400 anos. Pertencia a um homem de 40 anos que viveu em uma aldeia com casas circulares habitada por grupos mesoamericanos.
A modificação craniana na Mesoamérica era comum, mas este crânio tem formato único, com arestas retas, diferente dos tradicionais crânios alongados. Essa prática pode indicar um marcador social ligado a grupos específicos da região.
Análises confirmaram que o indivíduo nasceu e viveu na Sierra Madre Ocidental. A descoberta amplia o entendimento sobre a diversidade cultural e as tradições antigas da Mesoamérica.
No sítio arqueológico Balcón de Montezuma, no México, foi descoberto um crânio humano com formato incomum, semelhante a um cubo. Datado em 1.400 anos, o fóssil pertenceu a um homem de 40 anos que viveu em uma aldeia com casas circulares. Essa região foi habitada por diferentes grupos mesoamericanos entre 650 a.C. e 1200 d.C.
A prática de modificação craniana na Mesoamérica já era conhecida, principalmente na forma de crânios alongados chamados oblíquos, obtidos ao usar placas e bandagens na cabeça de bebês. Contudo, o formato achatado e com arestas retas do crânio encontrado é único, diferindo dos crânios tabulares, que possuem ângulos retos mas são direcionados para cima.
Pesquisadores especulam que esse tipo de modificação funcionava como um marcador social, indicando pertencimento a grupos específicos. Como modelos semelhantes foram identificados em áreas mais ao sul, como Veracruz e regiões maias, houve dúvida se o indivíduo era local ou migrante.
Para esclarecer, análises de isótopos estáveis de oxigênio e bioapatita foram feitas em ossos e dentes, confirmando que ele nasceu e viveu na região da Sierra Madre Ocidental, descartando migração direta. É possível, contudo, que a modificação tenha sido influenciada por grupos vizinhos.
Essa descoberta abre caminhos para entender práticas culturais menos documentadas e sua diversidade na mesoamérica antiga, destacando a complexidade das identidades e tradições locais há mais de mil anos.