Creditas cria FIDC de R$ 800 milhões para veículos

Creditas anuncia FIDC de R$ 800 milhões para ajudar na compra de veículos e crédito garantido.
14/07/2025 às 06:22 | Atualizado há 2 semanas
FIDC de R$ 800 milhões
Demanda de R$ 2,3 bilhões no bookbuilding da Creditas, quase três vezes a oferta. (Imagem/Reprodução: Braziljournal)

A Creditas acaba de fortalecer sua atuação no mercado de crédito com a captação de R$ 800 milhões por meio de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC de R$ 800 milhões). O objetivo principal é impulsionar as operações de *auto equity* e *auto financing*, que são linhas de crédito com garantia e financiamento de veículos, respectivamente. A operação financeira demonstra a confiança do mercado na Creditas, mesmo em um cenário econômico desafiador.

A demanda pela oferta do FIDC de R$ 800 milhões superou as expectativas, atingindo R$ 2,3 bilhões durante o processo de *bookbuilding*. Esse montante representa quase três vezes o volume inicialmente ofertado, evidenciando o forte interesse dos investidores nas operações da Creditas. A Angá Asset atuou como gestora do fundo, enquanto o Daycoval desempenhou as funções de administrador e custodiante.

Desde sua fundação em 2019, a Creditas tem utilizado os FIDCs como um importante instrumento de captação de recursos. Este é o 12º FIDC levantado pela empresa, somando um total de R$ 5 bilhões em FIDCs e outros R$ 2 bilhões em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), estes últimos voltados para o braço de *home equity* da empresa, que oferece empréstimos com imóveis como garantia.

De acordo com Erica Stols, vice-presidente de tesouraria e DCM da Creditas, o mercado de capitais continua sendo o principal pilar da estratégia de *funding* da empresa. Os recursos obtidos com o FIDC de R$ 800 milhões serão destinados integralmente às operações com automóveis, que representam a maior parte do faturamento da Creditas.

No primeiro trimestre, a originação de *auto equity* apresentou um crescimento de 59%, impulsionado pelo aumento do investimento na aquisição de *leads*. Há dois anos, a Creditas revisou sua estratégia para o segmento, encerrando a operação de recondicionamento e venda de veículos para se concentrar exclusivamente na intermediação.

Apesar de um prejuízo operacional de R$ 59,5 milhões no primeiro trimestre, o CEO da Creditas, Sergio Furio, afirmou que o resultado estava em linha com o esperado. Ele ressaltou que a empresa continua gerando caixa, mas opta por reinvestir os ganhos em oportunidades de crescimento. Furio também mencionou que, mesmo com as taxas de juros elevadas, a Creditas projeta um crescimento de cerca de 25% para 2025.

A Creditas enxerga o consignado privado como uma oportunidade de crescimento para este ano e já iniciou a migração dos contratos existentes para essa nova modalidade. Furio adota uma postura conservadora nesse primeiro momento, monitorando os fluxos para tomar decisões mais assertivas. Atualmente, a Creditas possui um FIDC de consignado privado com um patrimônio líquido de R$ 594 milhões, abrindo a possibilidade de novas emissões caso o eConsignado apresente um bom desempenho.

Furio mantém a visão de um possível IPO no futuro, mas enfatiza que o foco está na construção de uma empresa sólida para o longo prazo. Ele também não descarta a possibilidade de novas captações de *equity*, caso surjam oportunidades interessantes. A última rodada de captação da Creditas ocorreu em 2022, quando a empresa levantou US$ 310 milhões, atingindo um *valuation* de US$ 4,8 bilhões.

Via Brazil Journal

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.