Crescimento da venda de carros elétricos no Brasil levanta questão: há carregadores suficientes?

Carregadores para carros elétricos: o Brasil acompanha o crescimento das vendas? Analise da infraestrutura atual, desafios e perspectivas do setor. Saiba mais!
01/02/2025 às 05:01 | Atualizado há 4 meses
Carregadores para carros elétricos
Carregadores para carros elétricos

A crescente frota de carros elétricos no Brasil levanta uma questão crucial: temos carregadores para carros elétricos suficientes? A presença desses veículos nas ruas é cada vez mais comum, acompanhada por uma expansão na infraestrutura de carregamento em locais como shoppings e postos de gasolina. Este artigo analisa o cenário atual e discute os desafios e avanços na oferta de pontos de recarga para veículos elétricos no país.

Com a entrada de novos fabricantes como a BYD e o aumento nas vendas de elétricos, a demanda por carregadores também cresce. Dados da Tupi, empresa de tecnologia para mobilidade elétrica, indicam um aumento de 182% no número de carregadores em 2024, atingindo 12.130 pontos. Apenas no último trimestre, foram adicionados 1.515 novos pontos de carregamento.

Segundo Davi Bertoncello, presidente executivo da Tupi, a proporção atual de 10 veículos eletrificados (incluindo elétricos e híbridos) para cada ponto de recarga público é razoável. A ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) registra 397 mil veículos eletrificados vendidos no Brasil, dos quais cerca de 204 mil são plug-in, necessitando de conexão a um carregador.

A discussão sobre se a demanda por carros elétricos impulsiona a infraestrutura de carregamento, ou vice-versa, é frequente no setor. Historicamente, o custo elevado dos carregadores era um obstáculo. Em 2019, um carregador rápido custava em média R$ 1 milhão, valor que caiu para R$ 250 mil atualmente.

A expansão da rede de recarga rápida é o principal desafio. No Brasil, existem apenas 1.516 pontos desse tipo, essenciais para viagens longas e uso intenso na cidade. A queda no preço dos carregadores incentiva a instalação, com retorno mais rápido do investimento. Na rede Tupi, a receita diária mínima por carregador rápido é de R$ 350, podendo alcançar R$ 1.500 dependendo da localização.

A Tupi projeta que a potência instalada em carregadores mais que dobre em 2025, com a adição de 2 mil novos carregadores rápidos, totalizando 3.500. A empresa opera no modelo B2B2C, conectando empresas que instalam postos de carregamento com os consumidores. Seu aplicativo, com mais de 140 mil usuários, mostra a localização dos pontos de recarga.

A concentração de carregadores nas capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro, reflete a maior densidade urbana e a dificuldade de instalação em apartamentos. No interior, a predominância de casas facilita a instalação de carregadores residenciais. A Bahia, sétimo estado em número de carregadores, se destaca por abrigar a futura fábrica da BYD, com previsão de produção de 300 mil veículos elétricos por ano.

As vendas de elétricos no Brasil demonstram forte crescimento, com 93,9 mil unidades em 2023 (aumento de 90,7% em relação a 2022) e 177,3 mil em 2024 (alta de 88,8%). O desenvolvimento da infraestrutura de carregamento, acompanhando o ritmo das vendas, é crucial para a consolidação dos carros elétricos no país. A disponibilidade de carregadores para carros elétricos em diferentes regiões e a acessibilidade dos pontos de recarga são fatores determinantes para a expansão do mercado. O avanço da tecnologia e a busca por soluções de mobilidade sustentável devem continuar impulsionando esse setor nos próximos anos.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.