A Axiom Space está enfrentando uma grave crise financeira que ameaça seus planos de construir a primeira estação espacial comercial. Fundada em 2016, a empresa tem enfrentado dificuldades para captar recursos e atrasos no desenvolvimento, sendo pressionada por fornecedores como a SpaceX.
O projeto da Axiom envolve a construção de módulos orbitais que deveriam se acoplar à ISS. Apesar de ter recebido um investimento de US$ 350 milhões em 2023, os atrasos e a perspectiva de desativação da ISS complicam a realização das metas. Para melhorar suas finanças, a startup diversificou suas operações, mas os custos elevados ainda impactam negativamente sua viabilidade.
Em meio a demissões e cortes salariais, o futuro da Axiom também está atrelado à continuidade da ISS até 2030. Enquanto a NASA ainda oferece suporte, a concorrência com outras startups como a Blue Origin pode dificultar a sustentabilidade do projeto. Os desafios financeiros tornam a busca pela liderança no espaço mais complexa.
A Crise financeira Axiom Space tem colocado em risco os planos da startup americana de construir a primeira estação espacial comercial do mundo. Fundada em 2016 e sediada em Houston, a empresa enfrenta dificuldades para captar recursos, atrasos no desenvolvimento e cobranças de fornecedores como a SpaceX e a Thales Alenia Space.
O projeto inicial da Axiom previa a construção gradual de módulos orbitais, que seriam acoplados à Estação Espacial Internacional (ISS) antes de se separarem para formar uma estação autônoma. Essa estratégia recebeu um aporte de US$ 350 milhões em 2023, elevando a avaliação da empresa para US$ 2 bilhões. Porém, atrasos no primeiro módulo e a possível desativação antecipada da ISS tornaram as metas mais difíceis de serem alcançadas.
Para gerar receita durante o desenvolvimento da estação, a Axiom diversificou seu modelo de negócios. Com apoio da SpaceX, passou a organizar voos privados para a ISS e conquistou contratos da NASA, incluindo US$ 228 milhões para criar trajes espaciais para a missão Artemis III. Mesmo assim, os voos não atingiram a rentabilidade. Documentos revelados afirmam que a empresa desembolsou cerca de US$ 670 milhões em quatro lançamentos da cápsula Dragon 2, mas não conseguiu equilibrar as contas, especialmente por conta da exigência de comandantes veteranos em missões privadas.
Ademais, o desenvolvimento dos trajes espaciais, apesar de promissor, entrou em competição direta com a SpaceX, além de desviar recursos e profissionais essenciais do projeto principal da estação orbital, conforme relatos de ex-funcionários.
O agravamento da Crise financeira Axiom Space se refletiu em uma folha de pagamento que chegou a US$ 10 milhões por mês em 2023, gerando demissões, cortes salariais e atrasos nos pagamentos a parceiros. A SpaceX, parceira responsável pelos lançamentos, chegou a emitir avisos de quebra de contrato.
O fundador Kam Ghaffarian investiu recursos próprios e buscou empréstimos para manter o cronograma, que agora prevê o lançamento dos módulos apenas em 2026. A startup também solicitou cortes salariais voluntários em troca de participação acionária e reduziu seu quadro de funcionários.
Além das dificuldades internas, o futuro da Axiom depende da continuidade da ISS, que está programada para ser desativada até 2030. Caso a Rússia confirme sua intenção de deixar a estação em 2028, a Axiom terá que adaptar seu projeto para operar de forma independente antes da data prevista.
A NASA mantém o apoio à companhia, mas igualmente financia concorrentes como Blue Origin, Voyager Space e Vast. A agência ainda avalia alternativas como a Starship, da SpaceX. Analistas do setor indicam que estações espaciais privadas devem contar com forte suporte governamental, pois o mercado comercial ainda não apresenta escala suficiente para garantir a sustentabilidade desses empreendimentos.
Via Exame