A Crise Financeira da Axiom Space e Suas Consequências

A startup de Houston enfrenta crise financeira e atrasos no projeto da primeira estação espacial comercial do mundo.
20/09/2025 às 06:06 | Atualizado há 4 semanas
Crise financeira Axiom Space
Startup de Houston enfrenta crise e atrasos na construção da primeira estação espacial comercial. (Imagem/Reprodução: Exame)

A Axiom Space está enfrentando uma grave crise financeira que ameaça seus planos de construir a primeira estação espacial comercial. Fundada em 2016, a empresa tem enfrentado dificuldades para captar recursos e atrasos no desenvolvimento, sendo pressionada por fornecedores como a SpaceX.

O projeto da Axiom envolve a construção de módulos orbitais que deveriam se acoplar à ISS. Apesar de ter recebido um investimento de US$ 350 milhões em 2023, os atrasos e a perspectiva de desativação da ISS complicam a realização das metas. Para melhorar suas finanças, a startup diversificou suas operações, mas os custos elevados ainda impactam negativamente sua viabilidade.

Em meio a demissões e cortes salariais, o futuro da Axiom também está atrelado à continuidade da ISS até 2030. Enquanto a NASA ainda oferece suporte, a concorrência com outras startups como a Blue Origin pode dificultar a sustentabilidade do projeto. Os desafios financeiros tornam a busca pela liderança no espaço mais complexa.

A Crise financeira Axiom Space tem colocado em risco os planos da startup americana de construir a primeira estação espacial comercial do mundo. Fundada em 2016 e sediada em Houston, a empresa enfrenta dificuldades para captar recursos, atrasos no desenvolvimento e cobranças de fornecedores como a SpaceX e a Thales Alenia Space.

O projeto inicial da Axiom previa a construção gradual de módulos orbitais, que seriam acoplados à Estação Espacial Internacional (ISS) antes de se separarem para formar uma estação autônoma. Essa estratégia recebeu um aporte de US$ 350 milhões em 2023, elevando a avaliação da empresa para US$ 2 bilhões. Porém, atrasos no primeiro módulo e a possível desativação antecipada da ISS tornaram as metas mais difíceis de serem alcançadas.

Para gerar receita durante o desenvolvimento da estação, a Axiom diversificou seu modelo de negócios. Com apoio da SpaceX, passou a organizar voos privados para a ISS e conquistou contratos da NASA, incluindo US$ 228 milhões para criar trajes espaciais para a missão Artemis III. Mesmo assim, os voos não atingiram a rentabilidade. Documentos revelados afirmam que a empresa desembolsou cerca de US$ 670 milhões em quatro lançamentos da cápsula Dragon 2, mas não conseguiu equilibrar as contas, especialmente por conta da exigência de comandantes veteranos em missões privadas.

Ademais, o desenvolvimento dos trajes espaciais, apesar de promissor, entrou em competição direta com a SpaceX, além de desviar recursos e profissionais essenciais do projeto principal da estação orbital, conforme relatos de ex-funcionários.

O agravamento da Crise financeira Axiom Space se refletiu em uma folha de pagamento que chegou a US$ 10 milhões por mês em 2023, gerando demissões, cortes salariais e atrasos nos pagamentos a parceiros. A SpaceX, parceira responsável pelos lançamentos, chegou a emitir avisos de quebra de contrato.

O fundador Kam Ghaffarian investiu recursos próprios e buscou empréstimos para manter o cronograma, que agora prevê o lançamento dos módulos apenas em 2026. A startup também solicitou cortes salariais voluntários em troca de participação acionária e reduziu seu quadro de funcionários.

Além das dificuldades internas, o futuro da Axiom depende da continuidade da ISS, que está programada para ser desativada até 2030. Caso a Rússia confirme sua intenção de deixar a estação em 2028, a Axiom terá que adaptar seu projeto para operar de forma independente antes da data prevista.

A NASA mantém o apoio à companhia, mas igualmente financia concorrentes como Blue Origin, Voyager Space e Vast. A agência ainda avalia alternativas como a Starship, da SpaceX. Analistas do setor indicam que estações espaciais privadas devem contar com forte suporte governamental, pois o mercado comercial ainda não apresenta escala suficiente para garantir a sustentabilidade desses empreendimentos.

Via Exame

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.