A Cúpula do Brics, que reúne 11 países membros, coloca o combate à mudança do clima no centro de suas discussões. O evento, sediado no Rio de Janeiro, antecede o G20 e ocorre em um momento crucial, com o Brasil na presidência do bloco e prestes a sediar a COP30. As negociações focam no Financiamento climático Brics e na transição energética, em um cenário global marcado por tensões geopolíticas e desafios ao multilateralismo.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, propôs uma “reglobalização sustentável”, que integra desenvolvimento social, econômico e ambiental. Haddad acredita que o Brics pode impulsionar a agenda climática na COP30, explorando instrumentos inovadores para a transformação ecológica. O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que visa uma economia de baixo carbono, é uma das apostas do governo brasileiro para o Financiamento climático Brics.
As negociações entre os sherpas do Brics priorizaram o financiamento da transição energética. O embaixador Mauricio Lyrio destacou que os países do Sul Global defendem que as nações ricas, que mais emitiram gases de efeito estufa, cooperem financeiramente com aqueles em desenvolvimento. O Brasil busca incluir temas socioambientais na agenda dos grandes grupos multilaterais, priorizando a cooperação Sul-Global e parcerias para o desenvolvimento social, econômico e ambiental.
Organizações climáticas entregaram ao governo brasileiro propostas para que o Brics lidere a pauta de finanças, buscando recursos para países em desenvolvimento enfrentarem a crise climática e investirem em adaptação. Vários membros do Brics já contribuem com investimentos voluntários para nações vulneráveis, apesar de não terem obrigação formal. Atualmente, o bloco representa 40% da economia global e 28,4% do PIB, superando o G7. Alcançar um consenso sobre o Financiamento climático Brics é essencial para o sucesso da COP30 em Belém.
O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, enfatizou a necessidade de abordar as mudanças climáticas de forma equilibrada durante o Fórum Empresarial do Brics, defendendo “transições justas”. O embaixador demonstrou otimismo quanto ao progresso do Brasil e de outros países em desenvolvimento, contestando narrativas pessimistas sobre a capacidade do Sul Global de implementar soluções sustentáveis.
Via Exame