CVM adia assembleia sobre fusão entre BRF e Marfrig

CVM adia mais uma vez assembleia sobre a fusão entre BRF e Marfrig, aumentando a incerteza no setor.
11/07/2025 às 11:03 | Atualizado há 3 semanas
Fusão da BRF
CVM adia AGE da BRF sobre fusão com Marfrig por dúvidas na relação de troca. (Imagem/Reprodução: Investnews)

A **Comissão de Valores Mobiliários (CVM)** optou por adiar, pela segunda vez, a assembleia de acionistas da Fusão da BRF com a Marfrig. A assembleia, que estava agendada para a próxima segunda-feira, foi remarcada para daqui a 21 dias, após solicitações da Previ e do investidor Alex Fontana, membro da família fundadora da Sadia. A decisão da CVM ocorreu devido à insuficiência de informações fornecidas pelas empresas sobre os critérios adotados na definição da relação de troca de ações.

A CVM considerou que as empresas não detalharam suficientemente os critérios para a relação de troca de ações. Os documentos apresentados continham projeções financeiras com informações ocultadas, o que impossibilitou uma avaliação precisa por parte dos acionistas minoritários.

Investidores têm expressado preocupações sobre os cálculos apresentados para a incorporação da BRF, que propõe uma relação de troca de 0,85 ação da Marfrig para cada ação da BRF. Essa proposta tem gerado críticas, com investidores argumentando que a Marfrig, como maior acionista da BRF, seria favorecida por um ágio considerado excessivo.

A criação da MBRF Global Foods, resultante da Fusão da BRF, também enfrenta questionamentos. A Minerva Foods, concorrente no setor, recorreu ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), solicitando uma revisão detalhada do negócio.

A Fusão da BRF com a Marfrig tem sido um tema de debate no mercado financeiro, com diversas opiniões e questionamentos sobre os termos do acordo. A decisão da CVM de adiar a assembleia reflete a necessidade de garantir a transparência e a equidade no processo, assegurando que todos os acionistas tenham acesso às informações relevantes para tomar decisões informadas.

A relação de troca de ações proposta tem sido um ponto central de controvérsia, com investidores minoritários buscando uma avaliação mais justa e transparente. A intervenção da CVM visa proteger os interesses desses acionistas e garantir que a Fusão da BRF seja conduzida de forma equitativa.

A disputa com a Minerva Foods adiciona mais um elemento de complexidade à Fusão da BRF, levantando questões sobre a concorrência no mercado de alimentos. O Cade deverá analisar o caso para determinar se a fusão pode gerar prejuízos para a livre concorrência e para os consumidores.

A expectativa é que, nos próximos 21 dias, a BRF e a Marfrig forneçam as informações adicionais solicitadas pela CVM, permitindo que a assembleia de acionistas seja realizada de forma transparente e informada. Os investidores e o mercado aguardam os próximos desenvolvimentos desse processo, que tem o potencial de impactar significativamente o setor de alimentos no Brasil.

Via InvestNews

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.