A **Comissão de Valores Mobiliários (CVM)** optou por adiar, pela segunda vez, a assembleia de acionistas da Fusão da BRF com a Marfrig. A assembleia, que estava agendada para a próxima segunda-feira, foi remarcada para daqui a 21 dias, após solicitações da Previ e do investidor Alex Fontana, membro da família fundadora da Sadia. A decisão da CVM ocorreu devido à insuficiência de informações fornecidas pelas empresas sobre os critérios adotados na definição da relação de troca de ações.
A CVM considerou que as empresas não detalharam suficientemente os critérios para a relação de troca de ações. Os documentos apresentados continham projeções financeiras com informações ocultadas, o que impossibilitou uma avaliação precisa por parte dos acionistas minoritários.
Investidores têm expressado preocupações sobre os cálculos apresentados para a incorporação da BRF, que propõe uma relação de troca de 0,85 ação da Marfrig para cada ação da BRF. Essa proposta tem gerado críticas, com investidores argumentando que a Marfrig, como maior acionista da BRF, seria favorecida por um ágio considerado excessivo.
A criação da MBRF Global Foods, resultante da Fusão da BRF, também enfrenta questionamentos. A Minerva Foods, concorrente no setor, recorreu ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), solicitando uma revisão detalhada do negócio.
A Fusão da BRF com a Marfrig tem sido um tema de debate no mercado financeiro, com diversas opiniões e questionamentos sobre os termos do acordo. A decisão da CVM de adiar a assembleia reflete a necessidade de garantir a transparência e a equidade no processo, assegurando que todos os acionistas tenham acesso às informações relevantes para tomar decisões informadas.
A relação de troca de ações proposta tem sido um ponto central de controvérsia, com investidores minoritários buscando uma avaliação mais justa e transparente. A intervenção da CVM visa proteger os interesses desses acionistas e garantir que a Fusão da BRF seja conduzida de forma equitativa.
A disputa com a Minerva Foods adiciona mais um elemento de complexidade à Fusão da BRF, levantando questões sobre a concorrência no mercado de alimentos. O Cade deverá analisar o caso para determinar se a fusão pode gerar prejuízos para a livre concorrência e para os consumidores.
A expectativa é que, nos próximos 21 dias, a BRF e a Marfrig forneçam as informações adicionais solicitadas pela CVM, permitindo que a assembleia de acionistas seja realizada de forma transparente e informada. Os investidores e o mercado aguardam os próximos desenvolvimentos desse processo, que tem o potencial de impactar significativamente o setor de alimentos no Brasil.
Via InvestNews