Durante a COP30 em Belém, um debate importante foi reativado sobre o que aconteceria em um mundo sem vacas. Um curta-metragem mostrou o dia a dia de pecuaristas na Amazônia, discutindo a relação complexa entre pecuária, uso da terra e mudanças climáticas.
O documentário global da Alltech apresenta dados e realidades de produtores para combater mitos sobre a pecuária. No Brasil, a atividade é vital, com grande parte dos produtores rurais criadores de bovinos e tecnologias que aumentam a produção sem expandir áreas de pastagem.
Além do contexto econômico, o debate destaca a necessidade de práticas sustentáveis e a inclusão dos produtores na transição para uma pecuária de baixo carbono. Essa discussão tem impacto direto na economia, alimentação e preservação ambiental.
Em um painel na AgriZone, durante a COP30 em Belém, reacendeu-se um debate crucial: o que aconteceria em um mundo sem vacas? A discussão centralizou-se no curta-metragem “World Without Cows Brazil: The Battle for Balance”, que complementa um documentário global da Alltech, explorando a vida de pecuaristas em 20 países e 40 localidades, com o objetivo de analisar a complexa relação entre pecuária, uso da terra e o clima.
O debate sobre o mundo sem vacas ganhou destaque com a exibição de um curta-metragem que retrata o cotidiano de produtores na Amazônia, variando entre pequenas e grandes propriedades. A iniciativa busca promover uma discussão equilibrada sobre a pecuária, utilizando dados científicos e combatendo a desinformação, conforme explicou Clodys Menacho, diretor comercial da Alltech no Brasil.
Dados da FAO revelam que o rebanho global de bovinos alcança 1,5 bilhão de animais, com a pecuária empregando 1,3 bilhão de pessoas e sendo fonte essencial de renda para 600 milhões de domicílios pobres. Esses números demonstram a relevância da atividade para a economia global e a segurança alimentar.
Mark Lyons, CEO global da Alltech, idealizou o documentário para contrapor narrativas negativas sobre a pecuária, mostrando o impacto do gado nas mudanças climáticas e no futuro da alimentação. A equipe visitou diversos países para apresentar fatos concretos e a realidade de pessoas impactadas pela atividade.
Mariana Aragão, da Embrapa Gado de Corte, ressaltou que o Código Florestal brasileiro impõe rigorosas normas ambientais, limitando a expansão agropecuária. A área de pastagens no Brasil se mantém estável, enquanto a produção de carne cresce, impulsionada por investimentos em tecnologia e manejo.
No Brasil, metade dos produtores rurais cria bovinos, sendo 75% pequenos e médios, responsáveis por 30% do rebanho nacional. O país possui o segundo maior rebanho mundial, estando no centro das discussões sobre emissões, uso da terra e oferta de proteína animal.
A recuperação de pastagens degradadas representa um potencial de 40 milhões de hectares, com a possibilidade de dobrar áreas de grãos, pecuária e florestas plantadas, sem desmatamento. A frase “um mundo sem vacas” busca gerar uma reflexão sobre os impactos econômicos, culturais, nutricionais e climáticos da pecuária.
Altair Burlamaqui, pecuarista de Belém, destacou como as boas práticas de manejo e tecnologia na Amazônia conciliam viabilidade econômica e conservação ambiental. Lily Tanui, da Federação Nacional dos Agricultores do Quênia, defendeu investimentos em produção sustentável e a inclusão dos produtores nas decisões técnicas.
Para Tanui, é crucial que os agricultores compreendam os dados e conceitos discutidos em fóruns globais, garantindo que a transição para uma pecuária de baixo carbono seja consistente e inclusiva.
Via Forbes Brasil