Desafios para Abrir Novos Mercados no Agronegócio

Carlos Cogo analisa como o Brasil enfrenta desafios para abrir novos mercados no agro.
03/09/2025 às 10:03 | Atualizado há 2 dias
Mercado no agro
Perda de mercados estratégicos como os EUA impacta a produção no Brasil. (Imagem/Reprodução: Forbes)

O agronegócio brasileiro enfrenta grandes desafios para conquistar novos mercados. Carlos Cogo, especialista do setor, destacou a importância de não perder os mercados já consolidados. Durante o 12º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, ele enfatizou a resiliência do Brasil em transformar dificuldades em oportunidades.

O Brasil demonstrou sucesso no setor, ampliando suas exportações em períodos desafiadores. Cogo mencionou que, na pandemia, as exportações cresceram de US$ 100 bilhões para mais de US$ 150 bilhões. Esse crescimento foi notável em produtos como carnes, soja e açúcar, consolidando a presença do país no comércio internacional.

Apesar do crescimento, existem desafios significativos. A dependência de fertilizantes importados, sobretudo da Rússia, representa um risco. A diversificação de fornecedores e melhorias na infraestrutura são essenciais para garantir o desenvolvimento sustentável do setor e a expansão do agronegócio brasileiro.
No dinâmico cenário do agronegócio brasileiro, a conquista de novos mercados é um desafio constante. Carlos Cogo, especialista do setor, ressalta a importância de mercados já estruturados e os impactos de sua possível perda. Durante o 12º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, Cogo compartilhou insights sobre a resiliência do agro brasileiro e sua capacidade de transformar desafios em oportunidades.

O Brasil tem demonstrado notável adaptabilidade no mercado no agro, expandindo suas exportações mesmo em momentos de crise. Carlos Cogo lembra que, durante a pandemia, as exportações do Brasil saltaram de US$ 100 bilhões para mais de US$ 150 bilhões. Esse crescimento abrangeu diversos setores, incluindo carnes, madeira, celulose, açúcar e soja, consolidando a posição do país no comércio global.

O agronegócio brasileiro tem passado por transformações significativas nas últimas décadas. Em 1990, as exportações de produtos agropecuários giravam em torno de US$ 20 bilhões. Já em 2024, esse valor atingiu US$ 166 bilhões, refletindo um aumento expressivo na participação do Brasil em diversas cadeias produtivas globais.

A soja é um exemplo claro dessa evolução. As exportações de soja saltaram de 20 milhões de toneladas em 2000 para mais de 100 milhões em 2024. Esse aumento fez com que a fatia brasileira no comércio mundial de soja passasse de 30% para 56%. Carlos Cogo aponta para um ciclo de estabilidade de preços até 2027, com o Brasil sendo o único país a expandir a área plantada.

O milho também seguiu uma trajetória ascendente. No início dos anos 2000, o Brasil exportava volumes residuais de milho. Em 2024, as exportações superaram 55 milhões de toneladas, colocando o país em competição direta com os Estados Unidos. A consolidação da segunda safra de milho tornou a produção brasileira mais competitiva.

No setor de algodão, o crescimento é ainda mais notável. Em duas décadas, o Brasil passou de 3% para 33% do mercado global, ultrapassando a Índia e se estabelecendo como o segundo maior exportador mundial. Esse avanço é resultado do menor custo da segunda safra, que não enfrenta concorrência direta.

O Brasil se mantém como líder no mercado de açúcar, detendo cerca de 50% das exportações mundiais. No entanto, as margens de lucro têm se estreitado. Carlos Cogo enfatiza a importância da bioenergia como chave para o futuro do setor. O avanço do diesel verde, do SAF e do biodiesel pode atrair R$ 1 trilhão em investimentos até 2035, transformando o Brasil em um exportador de energia limpa.

O mercado de café também tem passado por mudanças estruturais. A China, que não figurava entre os dez maiores consumidores em 2000, triplicou sua demanda em três anos e já supera os Estados Unidos em número de cafeterias. Esse aumento no consumo chinês pressiona os estoques globais e altera a dinâmica de preços.

O crescimento do agronegócio brasileiro é sustentado pelo aumento tanto da área plantada quanto da produtividade. Entre 1990 e 2025, a área plantada com grãos aumentou 92%, enquanto a produção cresceu 517%. Esse salto foi possível graças ao aumento da produtividade, que avançou a uma taxa média de 2,9% ao ano.

O uso de fertilizantes também acompanhou essa evolução. De 9 milhões de toneladas em 1990, o Brasil passou para mais de 45 milhões em 2025, tornando-se o quarto maior consumidor mundial. O Cerrado, antes considerado solo pobre, hoje responde por quase 70% da produção de grãos, graças à correção química e ao manejo integrado.

Um dos desafios do mercado no agro é a dependência de importações de fertilizantes, principalmente da Rússia. Cerca de 30% dos fertilizantes utilizados no Brasil vêm da Rússia. Diversificar os fornecedores é crucial, mas o custo logístico é um obstáculo a ser superado.

Além disso, gargalos internos também representam desafios. A capacidade de armazenagem cresce a 2,6% ao ano, enquanto a produção de grãos avança a 5%. Apenas 17% da estocagem brasileira está nas fazendas, contra 65% nos Estados Unidos. Essa diferença afeta diretamente os preços recebidos pelos agricultores.

O futuro do agronegócio brasileiro depende da capacidade de superar esses desafios e aproveitar as oportunidades que surgem. A diversificação de mercados, o investimento em bioenergia e a melhoria da infraestrutura logística são passos essenciais para garantir a sustentabilidade e o crescimento do setor.

Via Forbes Brasil

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.