O CEO do Nubank, David Vélez, em entrevista, lança uma visão sobre o cenário de inovação na América Latina, destacando que o principal motor para o crescimento do ecossistema é o aumento no número de Empreendedores na América Latina, superando até mesmo a disponibilidade de capital de risco e a instabilidade geopolítica. Vélez enfatiza a importância de uma mudança cultural que valorize o empreendedorismo.
Vélez aponta que o sucesso do Nubank, que alcançou a marca de 100 milhões de clientes e se tornou um dos bancos digitais mais valiosos do mundo, é uma prova de que é possível construir empresas globais inovadoras a partir do Brasil. Ele destaca que a falta de empreendedores dispostos a arriscar e criar seus próprios negócios é o maior obstáculo para o avanço do setor.
O CEO do Nubank argumenta que, embora o capital de risco seja importante, o fator determinante é a capacidade de execução e a visão dos empreendedores. Ele ressalta que o fundo Kaszek, que investiu no Nubank, obteve um dos maiores retornos da história do venture capital, mesmo em um ambiente de pouca liquidez.
Vélez minimiza o impacto da instabilidade geopolítica global nas startups da América Latina. Ele acredita que a inteligência artificial (IA) abrirá grandes oportunidades, independentemente de fatores políticos ou macroeconômicos. Segundo ele, a volatilidade sempre existiu, mas as empresas com propostas de valor relevantes conseguem prosperar.
Sobre a escassez de talentos em IA na região, Vélez vê a questão sob uma nova perspectiva. Ele acredita que a IA democratiza o acesso ao talento, dando oportunidade para pessoas com ambição e vontade de aprender, independentemente de suas credenciais acadêmicas. Para ele, a IA nivela o campo de jogo e permite que pequenas startups criem soluções para bilhões de pessoas.
O CEO do Nubank aconselha os empreendedores a buscarem ideias ambiciosas e desafiadoras, em vez de projetos fáceis com baixo potencial de crescimento. Ele defende que a motivação para empreender deve ser a paixão pela jornada, o desejo de reinventar um setor e o desafio de trabalhar com pessoas talentosas, e não apenas a busca por se tornar um unicórnio.
Vélez acredita que o Brasil é o país com o melhor posicionamento na América Latina para a criação de startups, devido ao tamanho do mercado local, à capacidade técnica e ao ecossistema de venture capital. Ele identifica os setores de saúde e educação como áreas com grande potencial para novas empresas, além dos serviços financeiros, que podem ser reinventados com o uso da IA.
O CEO do Nubank revela que voltou a se envolver mais no dia a dia da empresa para simplificar a estrutura e aumentar a eficiência. Ele explica que o excesso de management e burocracia estavam diminuindo a velocidade de tomada de decisões e a capacidade de assumir riscos. Ao reduzir as camadas hierárquicas, ele busca manter o senso de urgência e a mentalidade de startup, mesmo em uma empresa do porte do Nubank.
Via Startups