Cientistas encontraram uma Nova pirâmide Caral a 200 quilômetros de Lima, capital do Peru. A descoberta, situada no sítio arqueológico de Chupacigarro, é um achado significativo para a compreensão da civilização Caral, a mais antiga das Américas, que floresceu entre 3000 a.C. e 1800 a.C. no Vale do Supe. A área escavada abrange 39 hectares e apresenta uma densa concentração de construções. Para alguns estudiosos, essa densidade populacional sugere que, há cinco mil anos, a região pode ter sido uma das áreas mais populosas do planeta, comparável apenas ao norte da China.
A Nova pirâmide Caral exibe uma estrutura quadrangular de pedras, com pelo menos três plataformas sobrepostas e uma escada central. Pedras verticais, denominadas huancas, marcam os cantos, indicando a provável importância ritualística do local. Além da pirâmide principal, doze estruturas menores estão distribuídas ao redor, formando um complexo arquitetônico com uma praça circular rebaixada no centro. As diferenças entre esses edifícios podem refletir funções distintas.
Na periferia desse complexo, foram identificadas áreas residenciais, sugerindo a existência de um pequeno centro urbano. De acordo com o Ministério da Cultura do Peru, o assentamento recém-descoberto não era visível do vale, indicando que talvez desempenhasse funções mais específicas, possivelmente religiosas ou administrativas, como parte de uma extensão da Cidade Sagrada de Caral-Supe. Um mapa detalhando a localização da Nova pirâmide Caral no Setor F de Chupacigarro, dentro da Cidade Sagrada de Caral-Supe, está disponível em reportagem da revista Superinteressante.
Desde o início das escavações intensivas em 1994, outras pirâmides e edifícios foram encontrados na região. Embora a civilização Caral não possuísse escrita, evidências apontam para uma estrutura social complexa e uma rede comercial sofisticada, indicando a necessidade de um sistema de governança robusto, ainda pouco compreendido. A datação por radiocarbono, realizada em 2001, confirmou Caral como a civilização mais antiga conhecida nas Américas. Sua existência precedeu em quase dois milênios os olmecas da Mesoamérica e foi contemporânea às pirâmides do Egito. Caral é classificada como uma cultura pré-cerâmica por não produzir objetos de cerâmica. A arte visual também é escassa.
A localização de Chupacigarro era estratégica, permitindo contato com populações do baixo vale do Supe e da costa de Huaura, que forneciam recursos marinhos. A proximidade com florestas ribeirinhas, nascentes de água (puquios), pedreiras e áreas agrícolas garantiam o acesso a recursos essenciais.
A descoberta da Nova pirâmide Caral contribui significativamente para o conhecimento da civilização Caral, oferecendo mais informações sobre seu desenvolvimento urbano, organização social e práticas religiosas. Futuras pesquisas na região prometem novas revelações sobre esse fascinante povo pré-colombiano.
