Descubra a fascinante trajetória do zoológico na Torre de Londres

Zoológico na Torre de Londres: descubra a história fascinante de animais exóticos na Torre de Londres por 600 anos. Um passado obscuro revelado!
08/03/2025 às 12:04 | Atualizado há 3 meses
Zoológico na Torre de Londres
A Torre de Londres, ícone histórico, já foi lar de um zoológico real. (Imagem/Reprodução: Tecmundo)

Para turistas que visitam Londres, a imponente Torre de Londres é quase sempre parte do roteiro. Afinal, o complexo de edificações é importantíssimo para a história da Inglaterra. O local já foi residência real, casa da moeda e prisão. Mas, o que muitos não imaginam é que a Torre também abrigou o primeiro Zoológico na Torre de Londres da cidade, onde diversos animais exóticos foram exibidos por mais de 600 anos.

A história do Zoológico na Torre de Londres começa com o Palácio Real de Sua Majestade e Fortaleza da Torre de Londres, um complexo de pedra às margens do Rio Tâmisa, inaugurado em 1066. As torres do complexo já serviram como palácio, arsenal, cartório, Casa da Moeda Real e prisão. Mas, o fato mais inusitado é que também abrigou um zoológico real.

No século XIII, durante os reinados de João e Henrique III, governantes estrangeiros presenteavam a monarquia com animais exóticos, como leões, camelos, leopardos, linces e até um porco-espinho. Em 1235, Henrique III recebeu três animais do Sacro Imperador Romano Frederico II, descritos como “leopardos”, mas que provavelmente eram leões, que tinham um forte significado simbólico, pois combinavam com o brasão do rei.

Os animais foram mantidos em Woodstock, que funcionava como zoológico e campo de caça. No reinado de João, foram transferidos para a Torre de Londres, e o número de animais cresceu: em 1252, o rei Haakon IV da Noruega enviou um urso polar. Em 1255, o rei Luis IX da França mandou um elefante capturado nas Cruzadas.

O aumento de animais elevou os custos, e Henrique III taxou o povo de Londres para manter o elefante. Na época, o conhecimento sobre biologia era limitado, e os animais recebiam alimentação inadequada — o elefante, herbívoro, recebia carne e um galão de vinho por dia, o que causou sua morte precoce.

O zoológico real era mais ligado ao prestígio do monarca do que a exibição pública. Os reis se orgulhavam dos animais exóticos, sinal de respeito entre os estrangeiros. Visitantes nobres podiam ver os animais, e com o tempo, o espaço foi aberto ao público em geral. Durante o reinado de Elizabeth I, o público podia visitar o Zoológico na Torre de Londres de graça, mas precisava levar um cachorro ou gato para alimentar os leões, devido aos altos custos de manutenção.

A história do Zoológico na Torre de Londres também tem episódios perigosos. No século XVII, Mary Jenkinson tentou acariciar um leão e foi atacada, tendo o braço dilacerado e morrendo em seguida. Em 1822, o zoológico passou a ser cuidado por um especialista, expandindo-se para abrigar 300 animais de 60 espécies, incluindo felinos, lobos, ursos, elefantes, cangurus, zebras, aves e répteis exóticos.

Em 1828, a London Zoological Society abriu um zoológico no Regent’s Park, levantando discussões sobre o bem-estar animal na Torre de Londres. O Duque de Wellington realocou a maioria dos animais para o novo zoológico, e outros foram vendidos para circos. Assim, o Zoológico na Torre de Londres se tornou um capítulo da história da Inglaterra.

Assim, o período em que a Torre de Londres abrigou animais ficou registrado como um capítulo obscuro da história da Inglaterra.

Via TecMundo