No Brasil, o Vertimento turbinável no Brasil é uma realidade nas hidrelétricas, a principal fonte de energia elétrica do país. Acontece quando a água é liberada sem gerar energia, mesmo havendo capacidade nas turbinas. Existem dois tipos de vertimento: não turbinável e turbinável. O não turbinável ocorre quando as turbinas já operam em sua capacidade máxima. Já o turbinável acontece quando o sistema não consegue absorver a energia gerada, devido à falta de demanda ou flexibilidade da rede. Esse desperdício de energia e receita é semelhante ao curtailment em fontes eólicas e solares.
Uma estratégia para reduzir o vertimento turbinável é exportar energia para países vizinhos, como Uruguai e Argentina. Entre 2023 e 2025, essa exportação gerou R$ 813 milhões. No entanto, apenas 7% do potencial foi aproveitado devido a restrições regulatórias. A legislação permite apenas exportação interruptível no momento do vertimento, não em situações de quase vertimento. A capacidade limitada das linhas de transmissão também dificulta o escoamento da energia.
Outra solução é a redução da inflexibilidade térmica, proposta pelo Ministério de Minas e Energia (MME). A inflexibilidade térmica se deve à obrigatoriedade de geração de algumas termelétricas, reduzindo a demanda de outras fontes. Renegociar contratos e diminuir a geração mínima dessas termelétricas poderia otimizar o uso de hidrelétricas e outras renováveis, reduzindo o vertimento turbinável e o curtailment.
Além da exportação e da redução da inflexibilidade térmica, tecnologias de armazenamento, como baterias e usinas reversíveis, podem ajudar a armazenar o excedente de energia. A eletrificação da economia, com veículos elétricos, hidrogênio verde e data centers, também aumenta a demanda por energia. Essas medidas podem tornar o sistema mais flexível e eficiente, reduzindo o desperdício. O Vertimento turbinável no Brasil impacta a economia e o setor energético, e encontrar soluções para esse problema é essencial. A busca por alternativas sustentáveis e eficientes continua, visando o melhor aproveitamento dos recursos hídricos e a redução de perdas.
Via Exame