Grupo de Musk não atinge metas de economia no governo Trump e ainda manipula dados

Grupo de Musk falha em cumprir objetivos financeiros estabelecidos durante a administração Trump.
16/04/2025 às 13:33 | Atualizado há 2 meses
Economia no governo Trump
Bilionário revê estimativas do DOGE, que podem estar superestimadas e inflacionadas. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

No cenário político atual, a busca por eficiência nos gastos públicos é tema recorrente. Recentemente, o Departamento de Eficiência Governamental, liderado por Elon Musk, tem enfrentado desafios para alcançar as metas estabelecidas. As promessas iniciais de cortes massivos no orçamento federal dos EUA parecem distantes, e a análise dos números apresentados levanta questionamentos sobre a real dimensão das economias obtidas.

Inicialmente, Musk havia expressado confiança na capacidade de sua equipe em reduzir o orçamento federal em até US$ 1 trilhão até o final do ano fiscal corrente. Entretanto, em uma reunião recente, essa projeção foi drasticamente revisada para cerca de US$ 150 bilhões, representando uma redução de 85% em relação à meta inicial.

Uma análise do New York Times revelou que o grupo de Musk pode estar inflando os números de suas economias. A metodologia utilizada inclui a contabilização de gastos que não ocorrerão no próximo ano fiscal e a inclusão de erros de bilhões de dólares. Essa prática levanta dúvidas sobre a transparência e a precisão das informações divulgadas pelo departamento.

Um dos exemplos mais notórios é a alegação de uma economia de US$ 318.310.328,30 proveniente do cancelamento de um contrato que sequer existia. O governo havia apenas solicitado propostas, sem definir um fornecedor ou um preço. A apropriação de crédito por essa ação incerta é vista com ceticismo por analistas.

As ações do grupo de Musk já resultaram em demissões em massa e cortes na ajuda humanitária global. Essas medidas foram justificadas com a promessa de transparência e de cortes orçamentários que seriam considerados impossíveis por outros. No entanto, a revisão das metas e a inflação dos resultados têm gerado desconfiança, inclusive entre aliados.

Romina Boccia, diretora de políticas orçamentárias e de direitos no Instituto Cato, expressou sua frustração com a situação. Segundo ela, o grupo de Musk estaria exagerando ou até mesmo inventando economias, o que compromete os objetivos inicialmente acordados.

Apesar das críticas, o escritório de imprensa da Casa Branca defendeu o trabalho da equipe, destacando suas “enormes realizações”. No entanto, não foram apresentadas justificativas para os casos específicos em que o grupo parece ter inflacionado seus resultados. Musk já havia admitido a possibilidade de erros, prometendo corrigi-los.

Em um contexto mais amplo, durante a campanha eleitoral, Musk havia prometido cortar US$ 2 trilhões do orçamento federal. Após a eleição de Trump e o início dos trabalhos do grupo, essa meta foi reduzida para US$ 1 trilhão. Analistas orçamentários questionam a viabilidade desses cortes, argumentando que seria difícil alcançar tais números sem desestabilizar os serviços governamentais ou alterar programas sociais populares.

O grupo de Musk mantém um “Mural de Recibos” online, onde detalha seus cortes orçamentários. A última atualização do site, mostrava uma “economia estimada” de US$ 150 bilhões. O site carece de informações precisas sobre o período em que essas economias serão realizadas e não fornece detalhes sobre US$ 92 bilhões do total.

Além disso, o livro-razão apresenta erros de dados que inflacionam as economias em bilhões. Alguns desses erros foram corrigidos, como a contagem tripla da mesma economia e a confusão entre “bilhão” e “milhão”. No entanto, outros permanecem.

Um dos exemplos é a alegação de uma economia de US$ 1,9 bilhão proveniente do cancelamento de um contrato do IRS. No entanto, o contrato em questão foi cancelado durante o governo de Joe Biden. Outro caso é a alegação de uma economia de US$ 1,75 bilhão com o cancelamento de uma subvenção a uma organização sem fins lucrativos de vacinas. A organização afirmou que já havia sido paga integralmente, o que anula a economia.

O grupo de Musk também reivindicou crédito pelo cancelamento de uma solicitação de proposta do Escritório de Gestão de Pessoal. Apesar da incerteza sobre os gastos planejados e o contratante a ser escolhido, Musk calculou as economias envolvidas nesse cancelamento até o centavo. Steven L. Schooner, professor da George Washington University, classificou essa atitude como “lixo”.

Diante desse cenário, a busca pela Economia no governo Trump, sob a liderança de Elon Musk, enfrenta desafios significativos. A revisão das metas, a inflação dos resultados e a falta de transparência geram questionamentos sobre a real eficácia das medidas adotadas. Resta acompanhar os próximos capítulos dessa história para verificar se as promessas iniciais serão cumpridas.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.