Desemprego nas exportações de cafés especiais do Brasil para os EUA

Cafés especiais do Brasil têm exportações em queda devido às tarifas americanas.
15/09/2025 às 13:23 | Atualizado há 5 dias
Exportação de cafés especiais
Queda de 79,5% nas exportações de cafés diferenciados do Brasil para os EUA em setembro. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

As exportações de cafés especiais do Brasil para os Estados Unidos despencaram em agosto, com uma redução de 79,5% em relação ao ano anterior. A tarifa de 50% imposta pelo governo americano tornou os produtos brasileiros menos competitivos no mercado norte-americano, resultando em vendas drasticamente inferiores.

Antes da tarifa, os EUA eram os principais importadores de cafés brasileiros. No entanto, em agosto, o país foi ultrapassado por nações como Holanda e Alemanha, caindo para a sexta posição. Essa queda significativa reflete os efeitos diretos da política protecionista sobre o comércio de cafés especiais entre os dois países.

A presidente da BSCA, Carmem Lucia, enfatiza que a situação não afeta apenas os produtores brasileiros, mas também os consumidores americanos. Com o aumento dos preços do café nos EUA, a necessidade de um diálogo entre os governos para resolver essa questão é urgente. A busca por uma solução pode beneficiar ambos os lados e restaurar o fluxo comercial.
As **exportações de cafés especiais** do Brasil para os Estados Unidos sofreram uma queda acentuada em agosto, impactadas pela tarifa de 50% imposta pelo governo americano. Essa medida afetou diretamente a competitividade do produto brasileiro no mercado norte-americano, resultando em uma retração significativa nas vendas.

No mês de agosto, o Brasil exportou 21.679 sacas de 60 kg de cafés especiais para os EUA. Esse volume representa uma queda de 79,5% em relação ao mesmo período de 2024 e de 69,6% em comparação com julho deste ano, segundo dados da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Antes da imposição da tarifa, os Estados Unidos lideravam o ranking de importadores de cafés especiais brasileiros. No entanto, em agosto, o país caiu para a sexta posição, ficando atrás de Holanda, Alemanha, Bélgica, Itália e Suécia. Essa mudança reflete o impacto direto da medida protecionista sobre o comércio do produto.

A presidente da BSCA, Carmem Lucia Chaves de Brito, afirmou que muitos contratos foram suspensos, cancelados ou adiados devido à taxação de 50%. Segundo ela, a tarifa tornou inviável a realização de negócios, pois os preços dos cafés especiais brasileiros ficaram extremamente elevados, prejudicando as exportações para os Estados Unidos.

De acordo com Carmem Lucia, o impacto da tarifa não se restringe aos produtores e exportadores brasileiros, mas também atinge os consumidores americanos. Ela explica que já foi observada uma elevação no preço do café nos Estados Unidos, gerando inflação na economia do país, o que prejudica a relação comercial construída entre os dois países.

A presidente da BSCA ressaltou a importância de o governo brasileiro buscar diálogo com o governo americano para reverter a situação. Ela mencionou uma ordem executiva assinada pelo presidente americano que permite a redução de tarifas recíprocas de importações consideradas estratégicas, desde que haja acordos comerciais que atendam aos interesses americanos.

Segundo Carmem Lucia, é fundamental que o setor privado brasileiro mantenha conversas com parceiros industriais e importadores nos EUA, assim como com o Departamento de Estado americano. Ela também defende que o governo brasileiro negocie com a administração americana para encontrar uma solução para o restabelecimento do fluxo de comércio de cafés entre os dois países.

A situação exige que o Brasil e os Estados Unidos busquem um acordo para evitar maiores prejuízos para ambos os lados. A imposição de tarifas pode gerar um efeito cascata, prejudicando não apenas os produtores e exportadores, mas também os consumidores, que terão que arcar com preços mais altos pelo produto. A busca por uma solução diplomática é essencial para preservar a relação comercial entre os dois países e garantir a continuidade do fluxo de exportação de cafés especiais.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.