Desemprego no Brasil: Estabilidade no Trimestre até Agosto

Taxa de desemprego no Brasil manteve-se em 5,6%, com queda de 9% nos desempregados. Entenda os impactos na economia e no mercado de trabalho.
30/09/2025 às 11:02 | Atualizado há 1 dia
Desemprego no Brasil
Queda contínua encerrada: menor nível histórico repetido. (Imagem/Reprodução: Forbes)

O mercado de trabalho brasileiro apresentou estabilidade na taxa de desemprego, mantendo-se em 5,6% no último trimestre. Este índice é igual ao registrado nos três meses anteriores e está abaixo da média histórica. Apesar da resiliência, o cenário acende um alerta para o Banco Central, que observa atentamente a situação econômica.

Dados da Pnad mostram que a taxa de desemprego é inferior aos 6,2% do trimestre anterior e aos 6,6% do mesmo período em 2024. Nas últimas semanas, o número de desempregados caiu 9%, totalizando 6,084 milhões de pessoas, o menor registro da série histórica. Apesar dessa estabilidade, a atenção do Banco Central se mantém, diante de um ambiente econômico ainda incerto.

A renda média real no período atingiu R$ 3.488, um aumento de 0,9% em relação ao trimestre anterior. Esse crescimento da renda contribui para a sustentação da economia, enquanto o aquecimento do mercado de trabalho resulta em melhores condições para os trabalhadores. Contudo, especialistas ressaltam que o desemprego ainda envolve desafios, com pressões inflacionárias e a necessidade de decisões econômicas cautelosas.
O mercado de trabalho brasileiro apresentou estabilidade na **taxa de desemprego**, mantendo-se em 5,6% no último trimestre, o mesmo índice registrado nos três meses anteriores. Apesar de interromper uma sequência de quedas, o número permanece abaixo da média histórica, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este cenário ocorre em um momento de resiliência do mercado de trabalho, mesmo com a desaceleração econômica gradual.

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) revelam que a taxa de **desemprego no Brasil** é inferior aos 6,2% registrados no trimestre anterior e também menor que os 6,6% do mesmo período em 2024. A manutenção da taxa em um patamar historicamente baixo, não afasta a atenção do Banco Central (BC) sobre o mercado de trabalho.

O Banco Central optou por manter a taxa básica de juros Selic em 15%, justificando a decisão com a necessidade de cautela diante de um ambiente ainda incerto. A manutenção da Selic tem como objetivo controlar a inflação, equilibrando o consumo das famílias com a pressão sobre os preços, especialmente no setor de serviços.

Entre os meses de junho e agosto, o número de desempregados apresentou uma queda de 9% em relação ao trimestre anterior, atingindo um total de 6,084 milhões de pessoas. Este é o menor contingente de desempregados registrado na série histórica, representando uma queda de 14,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

O número de pessoas ocupadas no mercado de trabalho teve um aumento de 0,5% em relação ao trimestre anterior, totalizando 102,418 milhões de empregados. Este número representa um crescimento de 1,8% em relação ao ano anterior, demonstrando uma expansão do mercado de trabalho.

Um destaque importante é o aumento de 0,4% no número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, que atingiu um recorde de 39,118 milhões de pessoas. O número de trabalhadores sem carteira assinada também apresentou um aumento de 0,5%, indicando uma dinâmica positiva no mercado de trabalho como um todo.

Segundo William Kratochwill, analista da pesquisa, o aquecimento do mercado de trabalho tem promovido uma mudança no perfil das contratações. A menor disponibilidade de mão de obra tem resultado em melhores benefícios para os trabalhadores, como a formalização através da carteira assinada.

O analista também destaca a importância do setor de educação pública na queda da desocupação. A educação pré-escolar e fundamental realizam contratações ao longo do primeiro semestre, geralmente com contratos temporários e sem carteira assinada.

A renda média real no período analisado atingiu R$ 3.488, apresentando um aumento de 0,9% em relação aos R$ 3.457 do trimestre anterior. Este aumento da renda média contribui para o fortalecimento do consumo e para a sustentação da economia.

O economista Rodolfo Margato, da XP, aponta que os dados da Pnad indicam sinais de estabilização no mercado de trabalho brasileiro, embora os indicadores ainda se mantenham em níveis elevados. Ele ressalta que o emprego total apresentou uma contração em agosto, especialmente nas categorias informais, e que os rendimentos reais permaneceram estáveis após dez meses de alta.

Para Margato, o mercado de trabalho brasileiro continua *apertado*, com o desemprego no Brasil abaixo do nível neutro, o que exerce pressão sobre a inflação e exige cautela nas decisões econômicas.

Via Forbes Brasil

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.