Desmistificando a síndrome do sobrevivente: como lidar após demissões em massa

Síndrome do sobrevivente: entenda os desafios após demissões em massa e saiba como lidar. Recupere o controle da sua carreira!
16/03/2025 às 06:03 | Atualizado há 3 meses
Síndrome do sobrevivente
O impacto das demissões vai além de quem sai; aqueles que ficam também sentem. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

Em meio a ondas de demissões que assolam diversos setores, especialmente o de tecnologia, com cerca de 130 mil funcionários impactados em 2024, um fenômeno tem ganhado atenção: a Síndrome do sobrevivente. Este termo descreve as complexas reações emocionais e psicológicas enfrentadas por aqueles que permanecem em uma empresa após um período de cortes, muitas vezes negligenciadas pelas organizações.

Se você se identifica como um “sobrevivente” de demissões, entender os desafios que acompanham essa situação pode ser o primeiro passo para recuperar o controle de sua trajetória profissional. Navegar por sentimentos ambivalentes e incertezas é um processo que exige autoconsciência e estratégias bem definidas.

Um dos principais desafios é a intensidade emocional. A experiência de ver colegas perdendo seus empregos pode gerar um misto de alívio e culpa, acompanhado pela tristeza da perda de amigos e pela desconfiança em relação ao futuro da empresa. Essa montanha-russa emocional pode ser exaustiva e difícil de conciliar.

A incerteza também se torna um fator dominante. Questões sobre a clareza das funções, a direção da empresa e a própria segurança no emprego podem gerar ansiedade. A reestruturação pós-demissão pode levar a ambiguidades nas responsabilidades e a um aumento da carga de trabalho, enquanto outros podem ser realocados para funções que não aproveitam plenamente suas habilidades.

A dinâmica social no ambiente de trabalho também se altera. Comentários sobre a “sorte” de manter o emprego podem gerar isolamento, culpa ou ressentimento. Além disso, há uma pressão para provar o valor e justificar a permanência na empresa, o que pode levar ao excesso de trabalho e ao perfeccionismo.

Nesse cenário, é fundamental adotar estratégias para lidar com as consequências das demissões. O primeiro passo é reconhecer e validar os próprios sentimentos, sejam eles positivos ou negativos. A autoconsciência é essencial para entender como esses fatores afetam sua mentalidade e comportamento. Reflita sobre os desafios que mais te assustam, como a turbulência emocional, a incerteza, a dinâmica social ou a pressão por resultados.

Faça um balanço da sua realidade atual, identificando as emoções presentes em você, na sua equipe e no ambiente de trabalho. Analise como seu papel mudou e quais são as novas prioridades da organização. Busque informações sobre as mudanças na sua função, na equipe e na direção estratégica da empresa, engajando-se em diálogo com seus líderes para alinhar seus objetivos com os da organização.

Em meio à turbulência, identifique oportunidades para inovar e contribuir para o futuro da empresa. Reflita sobre suas habilidades, experiências e o valor que você pode agregar. Busque novos desafios e responsabilidades que se alinhem com suas ambições e te posicionem para o crescimento.

Com clareza sobre seus objetivos, crie um plano de ação para os próximos 30 dias, com metas concretas e gerenciáveis. Defina prioridades, envolva-se com tomadores de decisão, construa relacionamentos com novas partes interessadas e busque resultados rápidos que demonstrem seu valor. Fortaleça sua resiliência, cuidando da sua saúde social, emocional, física e mental.

Os sobreviventes de demissões são a base do futuro de uma organização. Ao reconhecer os desafios, avaliar a nova realidade, identificar oportunidades e agir de forma proativa, é possível transformar a incerteza em crescimento e resiliência, emergindo mais forte do outro lado.

Via InfoMoney