As décadas de 1980 e 1990 foram marcadas por refrigerantes dos anos 80 que conquistaram o paladar dos brasileiros, tornando-se ícones da cultura pop e permanecendo na memória de muitos até hoje. Marcas como Crush, Gini e Grapette marcaram época e continuam vivas nas lembranças. Vamos relembrar a trajetória de algumas dessas bebidas que fizeram história.
A Crush, por exemplo, surgiu em 1911, criada pelo químico americano Neil C. Ward. A bebida, que utilizava óleo de cascas de laranja para criar seu sabor característico, chegou a rivalizar com a Fanta no mercado brasileiro. Nos anos 70, a marca operava por meio de licenças, onde diversas empresas engarrafavam a bebida em diferentes regiões do país. Golé, de Uberaba, e Pakera, do Rio de Janeiro, foram algumas delas.
No entanto, a produção da Crush foi descontinuada no Brasil na década de 1990, quando as licenças não foram renovadas. Em 2010, a Coca-Cola readquiriu a licença e relançou a Crush em edição limitada, com guaraná e suco de caju em sua composição, disponível na região do Cariri, no Ceará, em 2011.
Além da Crush, a Pakera também produzia outro refrigerante famoso: o Gini, com foco no sabor limão. Assim como a Crush, a Gini também deixou de ser produzida no Brasil nos anos 90. Criada em 1971 pela Perrier, a marca foi posteriormente adquirida pela Cadbury Schweppes em 1989. Atualmente, a Gini é fabricada pela Suntory e é popular na França, onde seu slogan é “La plus chaude des boissons froides” (a mais quente das bebidas geladas).
Outro clássico dos refrigerantes dos anos 80 foi a Grapette, cujo slogan “Quem bebe Grapette repete” marcou uma geração. Lançada nos Estados Unidos em 1930 pelo químico Benjamin Tyndle Fooks, a bebida com sabor de uva chegou ao Brasil em 1948, através da Companhia de Refrigerantes Guanabara, do Rio de Janeiro. Em 1973, a Saborama Sabores e Concentrados para Bebidas assumiu a marca e lançou novos sabores, como framboesa, uva verde e a versão diet.
A Mirinda, outro refrigerante de laranja, também fez sucesso nos anos 80 e 90. Criada na Espanha em 1959 e comprada pela PepsiCo em 1970, a Mirinda foi vendida no Brasil até 1998, quando foi substituída pela Sukita, a aposta da Ambev para o mercado brasileiro.
A 7Up, criada em 1929 nos Estados Unidos por Charles Leiper Grigg, também teve sua história no Brasil. Conhecida inicialmente como “Bib-Label Lithiated Lemon-Lime Soda”, a bebida com sabor de limão-lima ganhou popularidade e foi renomeada para 7Up em 1936. No Brasil, a 7Up deixou de ser distribuída em 1997 devido à baixa aceitação. A bebida foi relançada no Rio Grande do Sul sob o nome de Teem e, posteriormente, inspirou o lançamento da H2OH! em 2006.
O Baré, inspirado na tribo Barés da Amazonas, surgiu em Manaus nos anos 60 e ganhou popularidade nacional nos anos 80 com sabores como tutti-frutti e noz-de-cola. Fabricado pela Antárctica e, posteriormente, pela Ambev, o refrigerante Baré ainda é comercializado no Amazonas.
A Itubaína, criada em 1954 em São Paulo como uma alternativa aos refrigerantes estrangeiros, também marcou época. Originalmente da Schincariol (atual Brasil Kirin), a Itubaína, com sabor tutti-frutti, continua sendo comercializada pela Heineken Brasil, que também lançou os sabores maçã e guaraná.
Essas marcas de refrigerantes dos anos 80 e 90 evocam memórias afetivas e mostram como a indústria de bebidas evoluiu ao longo do tempo, adaptando-se às mudanças no mercado e nas preferências dos consumidores.
Via Exame