Economista do Barclays alerta que estímulos limitam cortes da Selic em 2026

Medidas como isenção de IR e estímulos econômicos dificultam cortes mais intensos da Selic em 2026, avalia especialista do Barclays.
10/11/2025 às 09:23 | Atualizado há 7 dias
               
Corte da Selic
Roberto Secemski prevê o primeiro corte a partir de março, pelo Barclays. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

O economista-chefe do Barclays, Roberto Secemski, avalia que o Banco Central enfrentará desafios para reduzir a Selic em 2026. Isso porque o mercado de trabalho aquecido e a inflação persistente em serviços estão mantendo a economia em uma situação complexa.

Além disso, medidas governamentais como isenção do Imposto de Renda para salários até R$ 5 mil e programas de crédito habitacional mantêm a economia aquecida. Essas ações limitam o espaço para cortes mais agressivos da taxa básica de juros.

Secemski projeta um corte gradual da Selic, iniciando em março e terminando em setembro, com redução total de 2,25 pontos percentuais. A postura cautelosa do Banco Central busca equilibrar a inflação e o crescimento econômico diante desses estímulos.
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O cenário econômico brasileiro em 2026 apresenta desafios para o Banco Central no que se refere ao Corte da Selic. De acordo com Roberto Secemski, economista-chefe do Barclays, o mercado de trabalho aquecido e a persistente inflação de serviços, somados a medidas governamentais de estímulo, criam um ambiente complexo para a política monetária.

Secemski projeta o início do ciclo de afrouxamento da Selic para março, mas a combinação de fatores expansionistas pode limitar o espaço para reduções mais agressivas. Ele ressalta que não se trata apenas de medidas fiscais, mas de um conjunto de programas com impacto econômico.

O economista destaca um montante de R$ 225 bilhões que devem impulsionar a economia. Entre as iniciativas, Secemski cita o crédito habitacional via Minha Casa, Minha Vida e Sistema Financeiro Habitacional (SFH), incluindo o programa Reforma Casa Brasil com linhas subsidiadas.

A isenção do Imposto de Renda (IR) para salários de até R$ 5 mil também entra na conta, mesmo que seja fiscalmente neutra, ela tem um impacto no consumo. Todas essas ações do governo sugerem uma sustentação da economia que pode ser relevante, mantendo o Produto Interno Bruto (PIB) acima do potencial por mais tempo.

Secemski projeta um Corte da Selic de 2,25 pontos percentuais em 2026, com início em março e término em setembro. Ele considera este um ciclo de afrouxamento restrito, com as condições monetárias gerais ainda apertadas, impactando a atividade nos trimestres seguintes. Há, portanto, forças opostas atuando na economia.

Para justificar um Corte da Selic antes de março, seria necessário um enfraquecimento mais rápido da atividade econômica e da inflação, o que não se observa atualmente. A desaceleração da atividade não é acompanhada de um enfraquecimento do mercado de trabalho.

Os números do mercado de trabalho mostram sinais de estabilização, com a taxa de desemprego deixando de cair, mas sem apresentar aumento. Este cenário reforça a cautela do Banco Central em relação ao Corte da Selic.

A análise de Roberto Secemski, do Barclays, sugere que o Banco Central deve adotar uma postura gradual na flexibilização da política monetária, considerando o impacto das medidas de estímulo e a resiliência do mercado de trabalho e da inflação de serviços. A combinação desses fatores desafia um Corte da Selic mais agressivo no curto prazo.

Via InfoMoney

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Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.