No cenário econômico atual, o problema fiscal do Brasil emerge como uma questão central para investidores e especialistas. Economistas renomados, como Alberto Ramos do Goldman Sachs, apontam a política fiscal brasileira como o principal entrave para o desenvolvimento do país. Essa perspectiva foi compartilhada durante o evento “Brazil: Macroeconomic Stability, Climate Change and Social Progress”, que reuniu diversos economistas para debater os desafios e perspectivas da economia brasileira.
A preocupação com o problema fiscal do Brasil não é isolada. Carlos Viana de Carvalho, da Kapitalo Investimentos, também enfatiza a urgência de uma mudança no curso da política fiscal para garantir uma macroeconomia favorável a todos. A sustentabilidade da dívida pública é um ponto crítico, pois, sem ajustes, torna-se difícil para o Banco Central controlar a inflação e promover um crescimento econômico equilibrado.
O impacto do problema fiscal do Brasil se manifesta em duas frentes. Primeiramente, há a via cíclica, influenciada pelo aumento dos gastos governamentais que impulsionam o crescimento econômico e reduzem o desemprego. Em segundo lugar, existem questões estruturais relacionadas às taxas de juros, incluindo a perda de credibilidade do Banco Central após o aumento das taxas desde dezembro de 2024. Essa desconfiança do mercado sobre a capacidade do BC de atingir as metas de inflação é um grande desafio.
É fundamental reconhecer que o impacto da política fiscal é crucial para definir as taxas de juros que estabilizarão a relação dívida líquida/PIB. Estudos apontam que países com alta dívida, como o Brasil, tendem a apresentar menor crescimento e maior volatilidade macroeconômica. O controle dos gastos públicos é essencial para evitar a perda da política fiscal como ferramenta de gestão governamental e para promover um ambiente econômico mais estável e previsível.
Via InfoMoney