Segundo a economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória, a redução da Selic pode começar em janeiro de 2026. No entanto, a possibilidade de um corte ainda em dezembro deste ano não está descartada. Fatores como a queda da inflação e a valorização do real podem influenciar a decisão do Banco Central.
Embora o IPCA tenha subido 0,48% em setembro, as métricas de inflação subjacente mostram melhora. Isso indica que a política monetária está mostrando resultados. Além disso, o dólar caiu cerca de 11% em relação ao real, o que pode ajudar na redução dos juros, especialmente com a política do Federal Reserve também favorecendo o câmbio.
Porém, a economista ressalta que a incerteza fiscal é um desafio. O novo regime fiscal deve evitar a aceleração das despesas, sob pena de limitar o espaço para cortes. Uma definição clara sobre questões eleitorais e fiscais poderá abrir caminho para redução adicional da Selic.
Com base nas análises da economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória, o Cortes da Selic pelo Banco Central (BC) pode ter início em janeiro de 2026. Contudo, a possibilidade de uma redução já em dezembro deste ano não está totalmente descartada, conforme as avaliações da especialista. A trajetória de queda da inflação e a valorização do real são fatores que podem abrir espaço para uma flexibilização dos juros.
Apesar da recente aceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que registrou alta de 0,48% em setembro, as métricas de inflação subjacente apresentaram melhoras. Esse cenário sugere que a política monetária está começando a apresentar os resultados esperados.
Em relação ao câmbio, o dólar americano já acumula uma queda de aproximadamente 11% frente ao real no decorrer deste ano. A moeda iniciou 2025 cotada a R$ 6,17 e atualmente está operando em torno de R$ 5,50.
A política monetária do Federal Reserve (Fed) nos Estados Unidos também exerce influência, ajudando a reduzir a pressão sobre o câmbio. A projeção do Banco Inter aponta para mais um corte de juros nos EUA ainda este ano, em dezembro.
Segundo a economista, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve aguardar uma consolidação mais consistente da tendência de queda da inflação antes de iniciar o processo de flexibilização da Selic.
A projeção oficial do Banco Inter indica que a Selic deve encerrar o próximo ano em 12%, um nível ainda considerado restritivo, considerando a projeção de inflação de 3,6% para 2027.
A economista ressalta que o cenário para 2026 ainda apresenta incertezas devido ao risco fiscal. Novos estímulos que sustentem a demanda podem acelerar a inflação, limitando o espaço para Cortes da Selic. Por outro lado, uma definição eleitoral e fiscal mais clara poderia abrir caminho para reduções adicionais dos juros.
Para Rafaela Vitória, a dinâmica inflacionária atual é positiva, mas a incerteza fiscal é o principal obstáculo para projeções mais otimistas. A definição de uma nova âncora fiscal para 2027 será determinante para a condução da política monetária.
Ela defende que o novo regime fiscal deveria seguir um modelo semelhante ao do teto de gastos, com limites acima da inflação e mecanismos que evitem a aceleração das despesas. A economista alerta que reajustes automáticos do salário mínimo e de programas sociais podem dificultar o controle fiscal.
Via Money Times