Economista vê grande ilusão e alerta para bolha que pode “murchar”, não explodir

O Economista Sincero, Charles Mendlowicz, alerta para a grande ilusão do mercado global e a bolha que pode "murchar", não explodir. Entenda a desconexão perigosa entre bolsas em alta e a crise de crédito nos EUA. Descubra a estratégia de proteção focada em renda fixa e ouro para investidores.
21/10/2025 às 09:16 | Atualizado há 11 horas
               

O mercado financeiro global vive uma grande ilusão com sinais claros de formação de uma bolha, mas que, na visão do economista Charles Mendlowicz, tem maior probabilidade de “murchar” do que de explodir. O economista, sócio da Ticker Wealth e autor do best-seller \”18 princípios para você evoluir\”, vê uma desconexão perigosa entre os recordes das bolsas e a deterioração dos fundamentos macroeconômicos em escala mundial.

\”Em praticamente todos os países nós estamos vendo problemas e as bolsas nas máximas, inclusive nos Estados Unidos. Isso é sinal de que pode ter uma bolha,\” afirmou Mendlowicz, conhecido como Economista Sincero e eleito quatro vezes o melhor influenciador de investimentos pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Embora o cenário exija cautela e preparação, Mendlowicz ressalta a diferença fundamental entre os desfechos possíveis: “Eu já vi uma bolha explodir na economia, como a bolha da Nasdaq 2000, e já vi bolha murchar. O pior é quando ela explode”. Sua conclusão é de que, embora não seja o momento de se desesperar, também não é hora para o investidor ficar tranquilo.

Risco de crédito e VIX em disparada

 

A principal preocupação do economista reside na crise de crédito e no setor bancário regional dos Estados Unidos. Mendlowicz destacou que o VIX, conhecido como índice do medo, disparou, e que o temor de uma nova crise de crédito paira no ar. “Quando você vê uma barata, provavelmente há mais. A quebra de dois bancos regionais e o prejuízo de outro por fraudes em empréstimos acenderam um forte alerta para a estabilidade do setor”, avalia Mendlowicz.

Além do risco financeiro interno nos EUA, Mendlowicz cita os principais fatores geopolíticos que aumentam a instabilidade no cenário global. “A tensão entre EUA e China, agravada pela disputa por terras raras, é vista como um conflito que pode evoluir para uma guerra tecnológica. A persistência da guerra Rússia-Ucrânia e as tensões no Oriente Médio (Israel-Hamas) continuam a gerar incerteza. Há também instabilidade na América Latina, uma vez que o risco de queda do regime de Maduro na Venezuela, apoiado por uma possível atuação da CIA, pode trazer instabilidade adicional à região”.

 

O cenário doméstico e a queda do petróleo

 

No Brasil, apesar do Ibovespa ter fechado a semana estável acima dos 140.000 pontos (chegando a 143.000) e o dólar ter caído para R$ 5,40, Charles expressa preocupação com a economia real. “O varejo, em especial, dá sinais de fraqueza, com relatos de fechamento de lojas. Um ponto positivo, no entanto, é a queda do petróleo, que atingiu seu menor nível desde maio, motivada por um possível acordo entre Rússia e Ucrânia. Esse recuo pode ser um fator decisivo para a inflação no Brasil e no mundo, já que barateia a gasolina e o diesel”,  pontua Charles Mendlowicz.

Estratégia de proteção: renda fixa e diversificação 

Diante do cenário volátil, o Economista Sincero enfatiza que a palavra de ordem é preparação, e não pânico. A recomendação fundamental é a diversificação, classificada por Charles como essencial.

“Enxergo o ouro como principal proteção, e considero a renda fixa neste momento extremamente atrativa, com destaque para o Tesouro IPCA +8, um ativo que deve ser considerado”,  afirma. A estratégia, segundo o economista, é garantir que o investidor tenha capital disponível caso as bolsas despenquem: “Se a bolsa cair 50% amanhã, você tem dinheiro para tirar de algum lugar para comprar? É nesse momento que a gente se organiza. É durante o tempo claro, aberto e com sol que a gente compra o guarda-chuva”.

O analista conclui a análise reforçando que o investidor deve evitar alavancagem para não ser \”eliminado do jogo\” e ter uma estratégia para acumular dinheiro todos os anos, focando na longevidade de sua carteira.

Via: Grayce Rodrigues

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.