Um grupo de editoras independentes formalizou uma queixa antitruste na UE contra o Google, da Alphabet. A ação contesta as visões gerais de inteligência artificial da empresa e busca uma medida provisória para evitar danos que alegam ser irreparáveis. As editoras alegam que o Google está abusando de seu poder de mercado.
As visões gerais de IA do Google são resumos que aparecem acima dos hiperlinks tradicionais, exibidos em mais de 100 países. Em maio, a empresa começou a adicionar anúncios a essas visões de IA. Essa integração de IA na pesquisa gerou preocupações entre os provedores de conteúdo, incluindo as editoras independentes.
A Independent Publishers Alliance apresentou a queixa à Comissão Europeia, alegando que o Google abusa de seu poder de mercado nas pesquisas online. O documento afirma que o serviço de busca do Google está usando indevidamente o conteúdo da web para suas visões gerais de IA.
De acordo com a reclamação, isso causa danos significativos às editoras, incluindo perda de tráfego, leitores e receita. O Google posiciona suas visões gerais de IA no topo da página de resultados, exibindo seus próprios resumos gerados a partir do material das editoras. Essa prática prejudica o conteúdo original, segundo a queixa.
A reclamação também destaca que as editoras não têm a opção de cancelar a inclusão de seu material no treinamento do modelo de linguagem grande da IA do Google sem perder a capacidade de aparecer na página de resultados de pesquisa.
A Comissão Europeia não comentou sobre o caso. A Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido confirmou o recebimento da reclamação. O Google, por sua vez, afirmou que envia bilhões de cliques para sites diariamente e que as novas experiências de IA na pesquisa criam novas oportunidades para a descoberta de conteúdo.
A Independent Publishers Alliance é uma comunidade sem fins lucrativos que defende editoras independentes. O Movimento por uma Web Aberta e a Foxglove Legal Community Interest Company também são signatários da denúncia, buscando uma medida provisória para garantir o acesso às notícias e evitar danos à concorrência.
O Google respondeu que as alegações sobre o tráfego de pesquisa são baseadas em dados incompletos e distorcidos. A empresa argumenta que os sites podem ganhar ou perder tráfego por diversos motivos, como demanda sazonal e atualizações algorítmicas.
A Foxglove destaca que jornalistas e editoras enfrentam uma situação difícil, com notícias independentes sob ameaça existencial devido às visões gerais de IA do Google. A organização busca permitir que o jornalismo independente possa optar por não participar.
Queixas semelhantes foram apresentadas à autoridade de concorrência do Reino Unido. Nos Estados Unidos, uma empresa de tecnologia educacional também moveu um processo alegando que as visões gerais de IA do Google prejudicam a demanda por conteúdo original.
Via Forbes Brasil
