O hábito de consumir conteúdo em velocidade de reprodução em vídeos acelerada tornou-se comum, especialmente entre os jovens. Uma pesquisa revelou que a maioria dos estudantes ajusta a velocidade em aulas online, buscando otimizar o tempo e manter o foco. Mas será que essa prática é sempre vantajosa?
Assistir vídeos mais rapidamente pode parecer eficiente, permitindo consumir mais conteúdo em menos tempo. No entanto, um estudo recente aponta que aumentar a velocidade de reprodução pode ter efeitos negativos na retenção de informações. Entenda melhor como isso acontece e como o cérebro processa informações em diferentes velocidades.
Quando assistimos a vídeos, o cérebro passa por três fases de memória: codificação, armazenamento e recuperação. A codificação é o momento em que o cérebro processa e compreende a informação. Se a velocidade de reprodução em vídeos for muito alta, o cérebro pode não conseguir acompanhar, comprometendo a qualidade da memória.
A informação é armazenada temporariamente na memória de trabalho, que tem capacidade limitada. Se o fluxo de informação for muito rápido, a memória de trabalho pode ficar sobrecarregada, levando à perda de dados importantes. Por isso, é crucial considerar a velocidade ideal para garantir uma boa retenção.
Uma análise de 24 estudos sobre aprendizado com videoaulas mostrou que aumentar a velocidade de reprodução em vídeos tem um impacto negativo no desempenho dos testes. Velocidades de até 1,5x têm um custo mínimo, mas acima de 2x o efeito negativo é significativo. Para adultos mais velhos, o impacto é ainda maior.
Adultos entre 61 e 94 anos são mais afetados pela velocidade de reprodução em vídeos acelerada do que jovens entre 18 e 36 anos. Isso pode indicar que a capacidade de memória diminui com a idade, sugerindo que pessoas mais velhas devem assistir a vídeos em velocidade normal ou até mais lenta.
Ainda não se sabe se a prática regular de assistir a vídeos em alta velocidade pode reduzir os efeitos negativos na retenção de informações. Jovens podem ser mais adaptados a essa prática devido à maior experiência, mas os efeitos a longo prazo na função mental e na atividade cerebral ainda são desconhecidos.
Mesmo que a velocidade de reprodução em vídeos de até 1,5x não afete a memória, há evidências de que a experiência se torna menos agradável. Isso pode diminuir a motivação e o interesse em aprender, levando as pessoas a evitarem o aprendizado. Portanto, é importante encontrar um equilíbrio entre eficiência e prazer.
Embora a velocidade de reprodução em vídeos acelerada tenha se tornado popular, é fundamental considerar os possíveis impactos na retenção de informações e na experiência de aprendizado. O futuro da pesquisa nessa área poderá trazer mais respostas sobre como otimizar o consumo de conteúdo digital.
Via G1