Elon Musk fortalece influência no governo dos EUA ao assumir agências chave

Elon Musk governo EUA: Entenda a polêmica ascensão de Musk e seu crescente poder sobre agências chave do governo americano. Saiba mais!
06/02/2025 às 08:02 | Atualizado há 3 meses
Elon Musk governo EUA
Elon Musk governo EUA

A rápida ascensão de Elon Musk governo EUA gerou um cenário inédito em Washington. Em apenas duas semanas, o bilionário consolidou um novo centro de poder, influenciando diretamente a administração federal americana. Sua influência se estende a uma força de trabalho de 2,2 milhões de funcionários federais. A iniciativa, focada em cortes de custos e redução do tamanho do governo, tem sido rápida e decisiva.

A atuação de Musk causou preocupação e protestos. Funcionários demonstram medo, e suas ações chegaram a ofuscar a agenda do presidente Trump. Um exemplo disso foi a disputa de espaço na mídia entre a guerra comercial de Trump com o Canadá e o México e os esforços de Musk para reduzir a USAID, a principal agência de ajuda humanitária americana. Esta situação reflete uma ampla reestruturação governamental liderada por Trump, envolvendo demissões e substituições de funcionários.

Um professor da Escola de Política Pública Ford da Universidade de Michigan, Don Moynihan, expressou preocupação sobre a centralização de poder em alguém sem autorização de segurança de alto nível e sem confirmação do Senado. Segundo Moynihan, Musk detém um controle sem precedentes sobre a estrutura básica do governo. Apesar disso, Trump afirmou que Musk precisa de aprovação da Casa Branca para todas as ações. Um funcionário da Administração de Serviços Gerais disse que o medo predominante não é de Trump, mas sim de Musk.

Trump designou Musk para liderar o chamado Departamento de Eficiência Governamental (Doge). Apesar do nome informal, a criação do Doge já enfrenta ações judiciais de sindicatos e grupos de interesse público. A falta de transparência sobre a composição e o funcionamento do Doge levanta questões sobre sua prestação de contas, gerando incertezas sobre a quem a equipe se reporta: a Musk ou a Trump.

A equipe de Musk assumiu o controle do Escritório de Gestão de Pessoal (OPM) e da Administração de Serviços Gerais (GSA), incluindo seus sistemas de computador. O OPM, responsável pelos recursos humanos do governo, enviou e-mails com propostas de demissão incentivada a funcionários federais. A GSA, por sua vez, gerencia contratos e propriedades federais. Fontes afirmam que pelo menos quatro assessores de Musk controlam o OPM, e Musk visitou pessoalmente a GSA.

Em um episódio preocupante, a equipe de Musk obteve acesso ao sistema de pagamento do Tesouro dos EUA. Este sistema processa mais de US$ 6 trilhões anuais e contém dados pessoais de milhões de americanos. Michael Linden, ex-autoridade do Escritório de Gestão e Orçamento, alertou sobre o potencial poder desta situação, pois a equipe poderia controlar os pagamentos federais. Nem Musk nem a Casa Branca comentaram sobre o assunto.

A justificativa de Trump para essas ações se baseia na ideia de uma burocracia inchada e ineficiente. Ele frequentemente acusa funcionários de serem progressistas que obstruem sua agenda. Um ex-engenheiro da SpaceX, Thomas Moline, afirmou que a presença de Musk é visível em todo o governo, com funcionários leais executando seus desejos. Especialistas apontam que Musk excedeu o mandato do decreto que criou o Doge, que se limita a recomendações e modernização de tecnologia.

O acesso a informações confidenciais na USAID, em Washington, e a participação na redução do tamanho da agência geraram conflitos com autoridades. Funcionários utilizam plataformas como Reddit, Signal e Facebook para relatar a situação e discutir ações. Há relatos de que a equipe de Musk utiliza marcas d’água e identificadores em e-mails para rastrear vazamentos. Parlamentares democratas acusam Musk de tomada de poder hostil, e sindicatos entraram com ações judiciais.

Um e-mail intitulado “Bifurcação na Estrada” ofereceu demissão voluntária a funcionários do governo, com pagamento até setembro para quem se demitisse até 6 de fevereiro. Outro e-mail os incentivava a buscar empregos no setor privado. Sindicatos alertaram que a oferta pode ser ilegal, e entraram com uma ação judicial para bloqueá-la. Apesar disso, uma autoridade americana afirmou que mais de 20.000 funcionários pretendem se demitir. Nick Bednar, professor de direito, destacou a preocupação com o poder de Musk e seus assessores, contrastando com a aparente falta de responsabilidade, além dos conflitos de interesse levantados pela posição de Musk, considerando os contratos de suas empresas com o governo.

Via g1

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.