As Ações da Embraer têm demonstrado um desempenho notável nos últimos meses, superando expectativas com um volume crescente de encomendas. No entanto, o mercado ainda demonstrava cautela em relação à família E2, a segunda geração de aeronaves E-Jets, projetada para modernizar a linha anterior, mas essa visão mudou drasticamente.
A fabricante de São José dos Campos registrou um marco significativo com a aquisição de 45 jatos E195-E2 pela companhia escandinava SAS, com a opção de compra de mais dez. Este é o segundo maior pedido de aeronaves E2 na história da Embraer, ficando atrás apenas do contrato com a canadense Porter Airlines em 2021, mostrando um renovado interesse no modelo.
Francisco Gomes Neto, CEO da Embraer, destacou que o E2 é a aeronave mais eficiente do mercado, superando seu concorrente direto, o Airbus 220, em até 13% em termos de consumo. A eficiência do E2 não se traduziu em um backlog comparável ao da primeira geração, devido a restrições nos Estados Unidos relacionadas às scope clauses, que limitam o uso de aeronaves regionais com maior peso e capacidade.
Analistas como Lucas Laghi, da XP, observam que um pedido da magnitude do da SAS traz uma nova percepção de escalabilidade para a Embraer. O BTG Pactual também considerou a encomenda da SAS um divisor de águas para o E2, destacando que a falta de pedidos era um ponto fraco na trajetória da empresa.
Com a adição da encomenda da SAS e outra de 15 aeronaves para a japonesa ANA, a família E2 encerrou o semestre com uma carteira de 60 pedidos firmes, em comparação com apenas 22 no mesmo período do ano anterior. A Embraer também tem se beneficiado de encomendas para o avião militar C-390, de países como Lituânia, Suécia e Portugal.
A SkyWest, dos Estados Unidos, encomendou 60 jatos E175, com a opção de mais 50, em um negócio de US$ 3,6 bilhões. Além disso, a Embraer recebeu o maior pedido de jatos executivos de sua história em fevereiro: 182 aeronaves Praetor e Phenom para a Flexjet, também dos EUA.
A Embraer está confiante em suas projeções, esperando um faturamento de US$ 10 bilhões até 2030 e, para 2025, uma receita líquida entre US$ 7 bilhões e US$ 7,5 bilhões, com a entrega de 145 a 155 jatos executivos e 77 a 85 aeronaves comerciais. A empresa tem implementado um programa de nivelamento da produção para lidar com os desafios na supply chain e garantir as entregas.
No segundo trimestre, a Embraer entregou 61 aeronaves, um aumento de 30% em relação ao mesmo período do ano passado. As ações da Embraer alcançaram um novo recorde, fechando a R$ 83,14, com um aumento de 121% nos últimos 12 meses, refletindo a confiança do mercado e a solidez da empresa, que possui um valor de mercado de R$ 61,5 bilhões.
Via Brazil Journal