Emmanoel Schmidt Rondon foi indicado pelo governo federal para comandar os Correios, que enfrentam dificuldades financeiras. A escolha já passou pela avaliação da Casa Civil e a nomeação deve ocorrer nesta semana. Rondon vem do Banco do Brasil, onde atuou como gerente executivo, e assume o cargo após a saída de Fabiano Silva dos Santos, que pediu demissão.
A troca de liderança nos Correios ocorre em meio a uma disputa política entre o União Brasil e o PT pela nomeação do novo presidente. A gestão anterior foi marcada por resistência em implementar mudanças necessárias, como demissões e fechamento de agências, diante dos graves prejuízos financeiros da empresa.
Com a experiência de Rondon, espera-se que a nova gestão traga soluções para recuperar a saúde financeira dos Correios. A empresa já enfrenta um impacto significativo em suas receitas e busca estratégias para garantir sua sustentabilidade e eficiência.
O governo federal definiu Emmanoel Schmidt Rondon, um funcionário de carreira do Banco do Brasil, para Comandar os Correios, que enfrenta um momento financeiro delicado. A indicação de Rondon já passou pela avaliação da Casa Civil e foi encaminhada ao Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remuneração dos Correios, com a expectativa de nomeação ainda nesta semana.
Rondon substituirá Fabiano Silva dos Santos, que estava afastado do cargo desde 4 de julho, após apresentar um pedido de demissão ao presidente Lula. Essa mudança gerou uma disputa entre União Brasil e o PT para definir quem indicaria o novo líder da estatal. Atualmente, as seis diretorias da empresa estão divididas igualmente entre os dois partidos, com Fabiano sendo uma indicação do PT. O atual presidente dos Correios preferiu não comentar sobre a troca de comando.
De acordo com seu perfil no LinkedIn, Rondon é gerente executivo do Banco do Brasil desde maio de 2017. Anteriormente, ele atuou como assessor sênior e conselheiro da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. Ele possui formação em Economia pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e MBA pelo Ibmec.
Lula resistiu em ceder o controle de uma empresa tão importante como os Correios ao União Brasil. A escolha de Fabiano Silva para Comandar os Correios no início do terceiro mandato de Lula ignorou os pedidos do União Brasil, que havia negociado o Ministério das Comunicações e desejava indicar nomes para todos os órgãos ligados à pasta. Fabiano era visto como um nome da cota pessoal de Lula, beneficiado por sua ligação com o grupo Prerrogativas.
A nova gestão deverá estar alinhada com a Casa Civil e implementar cortes de pessoal considerados necessários pelo ministro Rui Costa. Fabiano vinha resistindo a realizar demissões e a implementar um plano de fechamento de agências. Os Correios enfrentam uma grave crise financeira, com um prejuízo de R$ 2,64 bilhões no segundo trimestre deste ano, um aumento significativo em comparação com o prejuízo de R$ 553 milhões no mesmo período de 2024.
No primeiro semestre deste ano, o prejuízo totalizou R$ 4,37 bilhões, contrastando com o resultado negativo de R$ 1,35 bilhão no mesmo período do ano anterior. A empresa afirma que, apesar das medidas estratégicas, enfrenta dificuldades financeiras devido a fatores externos que impactaram a geração de receitas.
Os Correios afirmam ter implementado um plano de recuperação com foco no aumento de receitas, diversificação de serviços, expansão comercial, otimização de despesas e redução de custos operacionais. No primeiro semestre, a receita bruta de vendas e serviços atingiu R$ 8,52 bilhões, uma queda de 11,3% em relação a 2024. O serviço de postagem internacional, afetado pela taxa da blusinha, arrecadou R$ 815,2 milhões, uma queda de 61,3% em relação ao ano anterior.
A nomeação de Emmanoel Schmidt Rondon para Comandar os Correios representa um novo capítulo para a estatal, que busca superar desafios financeiros e operacionais. A expectativa é que sua experiência no setor financeiro contribua para a implementação de medidas que garantam a sustentabilidade e a eficiência da empresa.
Via InfoMoney