O Frango frito no Brasil ganhou popularidade, mas adaptar o sabor ao paladar brasileiro é um desafio. A rede Frango no Pote (FNP), fundada em Brasília, se destaca nesse mercado. Com 100 lojas em 17 estados, faturou R$ 115 milhões em 2024 e projeta R$ 196 milhões para 2025.
A FNP planeja expandir no Centro-Oeste, com 30 novas lojas e o primeiro drive-thru. A estratégia inclui formatos menores, operações padronizadas e cardápio simplificado, com foco no delivery, seu forte desde a pandemia. Carlos Jr., CEO da FNP, retornou dos EUA para impulsionar o negócio da família. Ele percebeu o potencial do mercado interiorano, mal atendido por gigantes como KFC e Popeyes, que enfrentam dificuldades em adaptar o cardápio.
Em 2011, Carlão, pai de Carlos Jr., inspirou-se em uma viagem aos EUA e, com R$ 5 mil, começou a vender frango frito em casa, usando baldes de paçoca como embalagem e divulgando no Orkut. O sucesso inicial levou à abertura da primeira loja física, com investimento de R$ 90 mil e retorno imediato. Carlos Jr., ainda estudante, entrou no negócio familiar, implementando padrões operacionais e fichas técnicas. Após uma temporada nos EUA, voltou ao Brasil para assumir como CEO em 2019, reformulando o delivery e elevando o faturamento online em 93%.
Durante a pandemia, a FNP dobrou o número de lojas, focando no delivery e expandindo para regiões sem concorrência internacional. A empresa optou por lojas próprias, buscando fidelizar clientes, em vez de dark kitchens. Para 2025, a meta é expandir no Centro-Oeste, abrindo 30 lojas e o primeiro drive-thru, mirando cidades com mais de 80 mil habitantes. O frango, marinado por 24 horas com tempero brasileiro, é adaptado ao gosto local: sequinho, crocante e ideal para delivery. A mudança de nome para FNP visa lançar outras marcas, como hamburguerias e sobremesas.
O consumo de frango superou o de carne bovina no país, com 45,6 kg per capita em 2024 e projeção de 46,6 kg em 2025. O mercado de frango frito deve crescer 72% até 2027, mas ainda representa 1% do mercado nacional, contra 11% nos EUA, indicando grande potencial. A FNP enfrenta os desafios econômicos e regulatórios do Brasil, mas se posiciona como uma marca jovem e promissora.
O crescimento da FNP demonstra a força do frango frito no Brasil, adaptado ao gosto local. A empresa, com sua trajetória peculiar e visão estratégica, se consolida como um player relevante, aproveitando as oportunidades de um mercado em expansão.
Via Exame