Quando um pedido milionário de poltronas reclináveis foi cancelado com a carga já a caminho do Brasil, Alisson Frizon viu seu negócio de importação à beira do fracasso. Seis contêineres cheios de móveis ficaram parados em um depósito no interior do Rio Grande do Sul. Foi então que ele decidiu testar a venda de poltronas online, abrindo uma loja virtual no marketplace da Americanas. Em poucas semanas, o faturamento superou o que era obtido no atacado.
O que começou como uma solução de emergência se transformou na Damie, uma marca nacional de poltronas reclináveis premium. A empresa opera 100% no modelo direct to consumer, com fábrica própria em Frederico Westphalen e cerca de 70 funcionários. Em 2024, o faturamento chegou a R$ 35 milhões, com projeção de R$ 50 milhões para 2025.
A mudança de estratégia veio após Frizon perceber a demanda por personalização. As poltronas importadas só vinham em duas cores, mas os clientes pediam tecidos diferentes, logotipos bordados e outros detalhes. A solução foi adquirir uma fábrica local e adaptar a produção para atender às preferências do mercado brasileiro.
Hoje, mais de 90% das vendas da Damie acontecem em seu próprio e-commerce, com entregas para todo o país. A exceção é o Nordeste, onde a logística de pós-venda ainda é um desafio devido aos custos de frete para peças eletrônicas. A empresa também está expandindo seu portfólio com sofás compactos e camas de montagem rápida.
Além do mercado residencial, as poltronas da Damie são usadas em clínicas médicas, salas de cinema particulares e até como presentes. O prazo de produção, de cinco dias úteis, é um diferencial em um setor onde a média é de 30 dias. Para os próximos anos, a empresa planeja abrir uma segunda fábrica no Nordeste e fortalecer ainda mais sua marca.
Via Exame