O empreendedorismo feminino no Brasil tem se destacado, representando 40% dos trabalhadores autônomos com mais de 10 milhões de mulheres empreendedoras. Essa jornada é impulsionada por sonhos, necessidades de independência, flexibilidade e a busca por complementação de renda, além de representar uma alternativa ao desemprego e uma via para a realização pessoal.
O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) traçou um perfil da mulher empreendedora brasileira. Em média, elas têm 41 anos e iniciam seus negócios por volta dos 32. A maioria é solteira ou divorciada, pertencente às classes C, D e E, com renda familiar entre um e cinco salários mínimos. A escolaridade predominante é o ensino médio completo, e seis em cada dez são as principais responsáveis pelo lar, conciliando trabalho e tarefas domésticas.
Apesar desse perfil, muitas mulheres iniciam no empreendedorismo antes ou depois dos 40 anos. Um exemplo é Loraine Burgard, fundadora da healthtech h.ai, que busca democratizar o acesso à saúde no Brasil. A empresa já atendeu mais de 40 mil pessoas com telemedicina. Burgard, com 54 anos e mãe de dois filhos, enfatiza a necessidade de uma rede de apoio e um propósito firme para as mulheres empreendedoras no Brasil, que frequentemente enfrentam jornadas triplas.
Outro exemplo é Nara Iachan, cofundadora da Cuponeria e da Loyalme, que iniciou sua trajetória aos 20 anos. Ela destaca os desafios da falta de representatividade feminina em cargos de liderança no início de sua carreira. Atualmente, apenas 19,7% das fundadoras de startups no Brasil são mulheres, de acordo com o Mapeamento do Ecossistema de Startups de 2023 da Associação Brasileira de Startups (Abstartups).
Desde 2015, a ONU incluiu em seus Objetivos Sustentáveis a necessidade de políticas públicas que apoiem o empreendedorismo feminino no Brasil. Cibele Giarrante, da Cirion, ressalta que a presença de mulheres na tecnologia é crucial para desenvolver soluções inovadoras e inclusivas. Ela aconselha as mulheres a buscarem formação técnica e a não temerem novos desafios, enfatizando que o empoderamento e a atitude são fundamentais.
As mulheres estão transformando o cenário empreendedor brasileiro com criatividade e resiliência, seja por necessidade ou desejo de independência. Apesar dos desafios, como a falta de representatividade e a sobrecarga de tarefas, exemplos como Loraine e Nara mostram que o sucesso no empreendedorismo feminino no Brasil exige determinação e uma forte rede de apoio.
O empreendedorismo feminino no Brasil continua a evoluir, moldando um futuro com mais oportunidades e igualdade. É preciso seguir atentas às próximas atualizações e iniciativas que apoiem essa transformação.
Via Startupi
