Emprego no comércio Brasil-China cresce mais que em outras parcerias

Estudo aponta crescimento no emprego formal com China, superando EUA e UE. Veja os números atualizados!
14/09/2025 às 12:41 | Atualizado há 6 dias
Emprego no comércio Brasil-China
Expansão de 62% em 14 anos destaca crescimento significativo em estudo recente. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

A relação comercial entre Brasil e China está gerando um significativo aumento no emprego formal no Brasil. De acordo com recente estudo, o emprego vinculado ao comércio Brasil-China cresceu 62% entre 2008 e 2022, superando parcerias como a dos Estados Unidos e União Europeia.

No mesmo período, as importações da China também resultaram em um aumento de 55,4% no número de empregos. Essa tendência mostra que a China se tornou uma das principais parceiras econômicas do Brasil, gerando mais de 5 milhões de postos de trabalho nas atividades de importação.

Embora o crescimento percentual de empregos seja notável, ainda existem comparações a serem feitas com outros parceiros comerciais. O Mercosul lidera em número total de empregos gerados, mas a relação com a China continua a ser estratégica para o Brasil.
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A crescente relação comercial entre Brasil e China tem impulsionado a economia brasileira, notadamente no que se refere à geração de empregos formais. Um estudo recente apontou que o Emprego no comércio Brasil-China tem superado o crescimento de postos de trabalho em comparação com outros parceiros comerciais importantes.

Entre 2008 e 2022, o número de empregos vinculados às exportações para a China registrou um aumento de 62%. Este percentual supera as expansões observadas nas parcerias com os Estados Unidos (32,3%), Mercosul (25,1%), União Europeia (22,8%) e demais países da América do Sul (17,4%).

No mesmo período, os empregos formais relacionados às importações da China aumentaram 55,4%. Esse crescimento também é superior ao registrado no comércio importador com a América do Sul (21,7%), União Europeia (21%), Estados Unidos (8,7%) e Mercosul (0,3%).

O estudo “Análise Socioeconômica do Comércio Brasil-China”, divulgado pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) em colaboração com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), detalha esses dados. O CEBC é uma organização sem fins lucrativos que visa fortalecer o diálogo entre empresas dos dois países, considerando Argentina, Paraguai e Uruguai como parceiros do Mercosul na análise.

A pesquisa indica que a parceria Brasil-China se destaca como a maior empregadora nas atividades de importação, com mais de 5,567 milhões de empregos. Em 2022, o comércio sino-brasileiro liderou o ranking de empregos, superando a União Europeia (UE) por 145 postos de trabalho. Já no setor exportador, o comércio com a China empregou mais de 2 milhões de pessoas.

Apesar do maior aumento percentual desde 2008, o volume de empregos gerados pelas exportações para a China ainda é menor em comparação com outros parceiros. O Mercosul lidera com 3,8 milhões de empregos, seguido pela União Europeia (3,6 milhões), América do Sul (3,5 milhões) e Estados Unidos (3,4 milhões).

Camila Amigo, analista do CEBC, explica que o menor número de empregos nas exportações para a China se deve ao perfil da pauta exportadora, que é dominada por produtos agropecuários e minerais. Esses setores, embora estratégicos e competitivos, demandam menos mão de obra devido ao alto nível de mecanização, em contraste com segmentos industriais mais diversificados.

Os dados sobre empregos foram obtidos por meio da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), um relatório fornecido pelas empresas ao Ministério do Trabalho e Emprego, referindo-se, portanto, a empregos formais. O CEBP separa os números de empregos entre importadoras e exportadoras para evitar duplicidades, uma vez que algumas empresas atuam em ambas as áreas.

A China se mantém como o principal parceiro econômico do Brasil tanto nas exportações quanto nas importações. Em 2024, aproximadamente 3 milhões de empresas brasileiras exportaram para a China, enquanto 40 mil realizaram atividades de importação.

Em 2024, o país asiático foi o destino de 28% das vendas externas brasileiras e a origem de 24% das compras externas. Essa parceria tem gerado superávit para o Brasil, com um saldo positivo de US$ 276 bilhões acumulados em dez anos, representando 51% do superávit total do país no período.

Os autores do estudo destacam que a relação comercial com a China é um pilar da estabilidade macroeconômica. A manutenção do superávit comercial contribui para reduzir a vulnerabilidade externa e aumentar as reservas internacionais, favorecendo o equilíbrio do balanço de pagamentos e protegendo a economia de choques internacionais.

Diante do cenário de tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, a analista Camila Amigo ressalta que o comércio sino-brasileiro possui bases sólidas e se sustenta na complementaridade entre os dois países. A China depende do Brasil como fornecedor de alimentos, energia e minerais, enquanto o Brasil acessa o maior mercado consumidor do mundo e importa produtos importantes para a produção nacional.

O futuro da relação comercial entre Brasil e China deve se basear na confiança, diversificação das exportações, sustentabilidade e inclusão socioeconômica. É importante aproveitar não apenas a demanda por commodities, mas também explorar oportunidades para novos produtos e empresas nesse comércio.

Via InfoMoney

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Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.