Empresário capixaba é o melhor pagador do Brasil

Estudo Retrato da inadimplência empresarial no ES: O estado lidera o ranking com a menor inadimplência empresarial do país. As observações são do Connect Fecomércio-ES. Os dados foram divulgados durante coletiva de imprensa hoje, na presença de diversas autoridades como Idalberto Moro, presidente do Sistema Fecomércio-ES – Sesc e Senac; Rodrigo Varejão, diretor-geral da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes); Pablo Lira, diretor-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN); e Alexandre Theodoro, reitor da Faesa.
21/10/2025 às 14:49 | Atualizado há 8 horas
               

A saúde financeira das empresas capixabas é motivo de comemoração e coloca o Espírito Santo em posição de destaque no cenário nacional. O empresário capixaba é hoje o melhor pagador do Brasil, segundo o estudo Retrato da Inadimplência, elaborado pelo Connect Fecomércio-ES com base em dados do Serasa Experian. O levantamento mostra que o estado alcançou a menor taxa de inadimplência empresarial do país, com 24,73% dos CNPJs com contas em atraso, resultado bem abaixo da média nacional (31,75%) e da média da região Sudeste (31,27%).

O levantamento mostra que, em maio de 2025, 433 empresas capixabas saíram da inadimplência, reduzindo o total para 129.420. A tendência é de melhora contínua: em relação a maio de 2024, quando o índice era de 25,55%, houve queda de 0,82 ponto percentual. Essa redução reflete uma gestão financeira mais sólida e a capacidade dos empresários locais de manter compromissos em dia, mesmo diante de custos de crédito elevados. Além disso, as empresas mantiveram estabilidade no número de dívidas por CNPJ, que permaneceu em 5,5, o mesmo nível de abril. O valor médio delas chegou a R$ 14.503,40.

De acordo com André Spalenza, coordenador do Observatório do Comércio do Connect Fecomércio-ES, o desempenho positivo é um indicador de confiança e eficiência econômica.

“O resultado mostra que o Espírito Santo mantém um ambiente de negócios mais equilibrado e sustentável. A redução da inadimplência reduz o risco sistêmico, atrai investimentos e fortalece a competitividade do setor produtivo local”, explicou.

Outro ponto de destaque é a redução do estoque de dívidas empresariais, que passou de R$ 2,34 bilhões em 2020 para R$ 1,88 bilhão em 2025. Mesmo com juros altos – a Selic em torno de 15% –, as empresas do estado conseguiram reorganizar seus compromissos financeiros. Esse cenário, segundo o estudo, representa um ambiente mais previsível e favorável ao planejamento de longo prazo.

Para Spalenza, a melhora estrutural é um reflexo da maturidade dos empresários capixabas. “As empresas do Espírito Santo têm demonstrado capacidade de adaptação. Mesmo em um contexto de crédito caro, conseguiram reduzir o endividamento e aumentar a eficiência na gestão do capital de giro”, observou.

A pesquisa mostra ainda que as micro e pequenas empresas tiveram papel relevante nesse resultado, com queda de 0,7% no número de inadimplentes, com 123, 6 mil. Com isso, o Espírito Santo se distancia do comportamento registrado no Sudeste e no Brasil, onde a inadimplência cresceu 0,3 e 0,27 ponto percentual, respectivamente, no mesmo período.

O estudo destaca que a baixa inadimplência empresarial proporciona maior liquidez e flexibilidade financeira, permitindo que as companhias adotem políticas de crédito mais flexíveis para seus clientes, ampliem prazos de pagamento e negociem melhor com fornecedores. Essa solidez se converte em vantagem competitiva, especialmente diante das vendas on-line de outros estados, em períodos estratégicos do varejo como o Dia das Crianças, a Black Friday e o Natal.

“Empresas financeiramente equilibradas conseguem planejar promoções, investir em inovação e reforçar estoques com mais segurança. Isso aumenta a competitividade e gera confiança no mercado”, complementou Spalenza.

Inadimplência das famílias também recua

O bom momento financeiro não se restringe às empresas. A inadimplência das famílias capixabas caiu para 33,3% em agosto de 2025, menor patamar desde 2022. Na comparação com o mesmo mês de 2024 (35%), a redução foi de 1,7 ponto percentual,  o que representa 70,5 mil pessoas a menos com dívidas em atraso. A dívida média capixaba ficou em R$ 5.904,37.

A melhora foi mais acentuada entre as famílias com renda de até 10 salários mínimos (R$ 15.180), cuja taxa de inadimplência caiu de 39,7% para 37,2%. Esse avanço indica um maior controle financeiro e renegociação de débitos, fatores que devem impulsionar o consumo em datas importantes do comércio neste fim de ano.

O levantamento aponta ainda que as dívidas em atraso com mais de 90 dias seguem como o maior desafio, representando 55,3% do total entre as famílias de menor renda, até 10 salários mínimos (15.180) e 52,4% entre as de maior renda, o que eleva o custo do endividamento.

Apesar disso, houve um leve avanço na capacidade de pagamento: 45,3% das famílias de menor renda dizem que conseguirão quitar total ou parcialmente suas dívidas em atraso no próximo mês, frente a 45% em julho.

O coordenador André Spalenza destacou que o movimento reforça a recuperação gradual da economia capixaba. “A queda da inadimplência empresarial e familiar mostra que o Espírito Santo está consolidando uma base financeira mais saudável. Isso amplia a confiança de consumidores e empresários e cria um ciclo virtuoso de crescimento”.

A pesquisa completa, com os dados detalhados, está disponível no site https://portaldocomercio-es.com.br/.

Sobre o Sistema Fecomércio-ES

A Fecomércio-ES integra a Confederação Nacional do Comércio (CNC) e representa 405.455 empresas, responsáveis por 58% do ICMS arrecadado no estado e pelo emprego de 652 mil pessoas. Com mais de 30 unidades, tendo ações itinerantes e presente em todos os municípios capixaba – seja de forma física ou on-line –, o Sistema Fecomércio-ES atua em todo o Espírito Santo. A entidade representa 24 sindicatos empresariais e tem como missão contribuir para o desenvolvimento social e econômico do estado. O projeto Connect é uma parceria entre Fecomércio-ES e Faesa, com apoio do Senac-ES, Secti-ES, Fapes e Mobilização Capixaba pela Inovação (MCI).

Via: Kelly Kalle

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.