No dinâmico mercado farmacêutico brasileiro, a Corrida do Ozempic se intensifica com a entrada estratégica da EMS. A empresa investe pesado para rivalizar com gigantes como Novo Nordisk e Eli Lilly, que lideram com Ozempic, Wegovy e Mounjaro. O foco? Medicamentos para obesidade e diabetes tipo 2, um mercado que pode alcançar US$ 200 bilhões nos próximos anos.
A Zona Franca de Manaus, conhecida por sua produção diversificada, abriga a Novamed, uma das maiores fábricas de medicamentos sólidos do mundo, parte do Grupo NC, que detém a EMS. A fábrica em Manaus, com produção automatizada, desempenha um papel crucial nos planos de expansão da EMS.
A EMS inaugurou uma unidade fabril em Hortolândia, São Paulo, dedicada à produção de peptídeos, base dos medicamentos para combater diabetes e obesidade. Com investimento superior a R$ 1 bilhão, a EMS busca produzir seus próprios medicamentos do início ao fim, antes do vencimento da patente do Ozempic. No segundo semestre, a EMS lança Lirux e Olire, à base de liraglutida, com estimativa de comercializar 250 mil canetas em 2025.
Carlos Sanchez, presidente do conselho da EMS, destacou o desenvolvimento de um produto com tecnologia brasileira, desde a matéria-prima até o produto final. Gustavo Bizinelli, CFO da EMS, revelou que a empresa planeja não só atender à demanda interna, mas também se tornar um exportador relevante. A expectativa é faturar US$ 4 bilhões anualmente a partir de 2026, divididos igualmente entre exportações (principalmente para os EUA) e vendas no Brasil.
A competitividade no mercado de medicamentos para obesidade e sobrepeso é grande. Enquanto empresas estrangeiras expandem seus produtos e investem em novas drogas, a EMS se prepara para produzir análogos do GLP-1 em território nacional, com tecnologia própria. Segundo Bizinelli e Iran Gonçalves Jr., diretor médico da EMS, a pesquisa e o desenvolvimento de peptídeos antecederam o sucesso do Ozempic.
A EMS se posiciona estrategicamente para o futuro, buscando crescimento tanto no mercado interno quanto externo. Com a aprovação da Food and Drug Administration (FDA), a EMS terá exclusividade de vendas nos EUA por seis meses. Além dos análogos do GLP-1, a empresa pesquisa e desenvolve outros produtos com peptídeos, apostando no crescimento de outras linhas, como oncológicos e injetáveis.
A fábrica de Manaus, essencial para os planos da EMS, financia a inovação e garante os investimentos em outras áreas. A EMS busca manter sua essência, mesmo com a expansão para novos mercados.
Via Forbes Brasil