Energia Solar Flutuante: A Nova Fronteira das Energias Renováveis

Saiba como a energia solar flutuante combina tecnologia solar e hidrelétricas.
18/06/2025 às 14:52 | Atualizado há 1 mês
Energia solar flutuante no Brasil
Energia solar flutuante: a união perfeita entre tecnologia solar e hidrelétricas. (Imagem/Reprodução: Exame)

O Brasil possui um vasto potencial para a energia solar flutuante no Brasil, uma tecnologia que consiste na instalação de painéis solares sobre a água de reservatórios hidrelétricos. Essa prática permite o uso de áreas já impactadas e evita conflitos com o uso da terra. Apesar desse potencial promissor, a adoção dessa tecnologia ainda enfrenta desafios e está em seus estágios iniciais no país.

Um estudo recente da PSR (PSR) revelou que o Brasil tem a capacidade de instalar entre 2.265 e 3.800 gigawatts (GW) em capacidade solar flutuante. Essa quantidade representa algo entre 20 e 40 vezes a demanda máxima de energia elétrica em todo o território nacional. Essa estimativa considera apenas uma pequena porção da área total dos reservatórios já existentes.

Atualmente, os projetos de energia solar flutuante em operação no Brasil são de pequeno porte. Eles operam sob o regime de micro e minigeração distribuída, alcançando uma capacidade de até 3 MW por unidade. Apesar disso, o estudo da PSR (PSR) aponta que, considerando as limitações técnicas e as condições de mercado atuais, um potencial realista seria de 25.000 MW. A geração média seria de 4.200 MW, o equivalente a 20% da produção hidrelétrica dos principais reservatórios analisados.

A energia solar flutuante apresenta uma vantagem competitiva significativa devido ao compartilhamento de infraestrutura. A utilização das linhas de transmissão e subestações já existentes nas hidrelétricas elimina a necessidade de novos investimentos em infraestrutura de escoamento, que geralmente é um ponto crítico para projetos solares convencionais.

O custo de instalação de uma usina solar flutuante é aproximadamente 40% maior em comparação com uma usina solar terrestre. Os valores são de R$ 6,3 milhões/MW contra R$ 4,5 milhões/MW, respectivamente. Esse aumento ocorre devido às estruturas flutuantes especializadas e à maior complexidade na instalação. No entanto, a economia gerada na transmissão pode compensar essa diferença, especialmente porque muitos reservatórios estão localizados próximos aos grandes centros de consumo no Sudeste do país.

Apesar das vantagens, a expansão da energia solar flutuante no Brasil enfrenta desafios regulatórios importantes. Entre eles, incertezas sobre o despacho coordenado entre as fontes solar e hidrelétrica, a necessidade de diferentes licenças para cada tecnologia e a falta de regras claras para a operação integrada. Esses obstáculos aumentam os riscos para os investidores e acabam retardando o crescimento do setor.

Sob uma perspectiva ambiental, é crucial avaliar os possíveis impactos sobre os ecossistemas aquáticos e atividades como pesca e navegação, principalmente em projetos de grande porte. O processo de licenciamento ambiental deve ser rigoroso, garantindo a sustentabilidade da iniciativa.

A energia solar flutuante e o sistema elétrico brasileiro possuem grande sinergia. Nos períodos de alta irradiação solar, a tecnologia pode diminuir o uso dos reservatórios, preservando a água para momentos de maior necessidade. Além disso, pode compensar a redução da produção hidrelétrica causada pelas mudanças climáticas, como longos períodos de seca, e pela perda de eficiência das usinas hidrelétricas, que têm em média 50 anos de idade e carecem de modernização.

Para acelerar a adoção da energia solar flutuante no Brasil, é fundamental uma regulamentação mais clara sobre a operação integrada, a redução de barreiras para o licenciamento ambiental e a criação de incentivos que reconheçam os benefícios sistêmicos da tecnologia. O potencial de transformação do setor elétrico nacional justifica esses esforços regulatórios.

Via Exame

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.