A escada de Jerusalém e a aprovação de seis religiões

Descubra como a escada de Jerusalém só pode ser movida com a concordância de seis religiões.
30/05/2025 às 20:32 | Atualizado há 2 dias
Disputa entre cristãos por templos
A escada de 300 anos simboliza a disputa cristã por templos sagrados. (Imagem/Reprodução: Super)

No coração de Jerusalém e Belém, uma simples escada de madeira com cerca de 300 anos se tornou um símbolo da complexa disputa entre cristãos por templos. Este artefato, aparentemente insignificante, revela tensões históricas e acordos delicados que moldam a coexistência religiosa nesses locais sagrados. A escada é mais do que um objeto antigo; ela representa um equilíbrio frágil de poder e tradição.

A história da escada está intrinsecamente ligada ao Status Quo, um acordo estabelecido em 1757 durante o período do Império Otomano. Esse pacto visava preservar a ordem nos locais sagrados compartilhados por diferentes denominações cristãs, incluindo a Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém e a Igreja da Natividade em Belém. A escada, que repousa sob uma janela da Igreja do Santo Sepulcro, tornou-se um lembrete constante desse acordo complexo.

A origem exata da escada é incerta, mas acredita-se que ela tenha sido colocada ali pelos armênios em algum momento entre 1728 e 1760. Desde então, ela permanece no mesmo lugar, um testemunho silencioso das disputas e negociações que moldaram a história desses templos. Sua presença contínua simboliza a necessidade de consenso entre as várias denominações cristãs para qualquer alteração nos locais sagrados.

Qualquer movimento ou alteração na escada requer o consentimento de seis diferentes igrejas cristãs: greco-ortodoxa, católica romana, armênia apostólica, síria ortodoxa, copta ortodoxa e etíope ortodoxa. Essa necessidade de aprovação unânime destaca a complexidade das relações inter-religiosas e a importância do Status Quo na manutenção da paz. A escada, portanto, é um microcosmo das tensões e desafios enfrentados pelas comunidades religiosas em Jerusalém e Belém.

A escada não é apenas um símbolo da disputa entre cristãos por templos, mas também um lembrete da necessidade de diálogo e compromisso. A história da escada nos convida a refletir sobre a importância da coexistência pacífica e da preservação do patrimônio religioso em meio a um cenário geopolítico complexo. Sua permanência ao longo dos séculos demonstra a resiliência dos acordos históricos e a busca contínua por um equilíbrio delicado entre tradição e mudança.

Via Superinteressante

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.