Brasil envia alimentos ao espaço: Entenda a missão com batata-doce e grão-de-bico

Descubra os motivos por trás do envio de batata-doce e grão-de-bico ao espaço pelos brasileiros.
24/04/2025 às 15:31 | Atualizado há 2 meses
Alimentos no espaço
Blue Origin, fundada por Jeff Bezos, embarca cultivares em suas missões espaciais. (Imagem/Reprodução: Forbes)

A busca por soluções inovadoras para a produção de alimentos no espaço tem ganhado força, impulsionada pela necessidade de sustentar futuras missões espaciais de longa duração. Recentemente, o Brasil deu um passo importante nessa direção ao enviar batata-doce e grão-de-bico para o espaço, em um voo suborbital da Blue Origin. Essa iniciativa faz parte de um projeto ambicioso que visa adaptar sistemas agrícolas para ambientes extremos, com o objetivo final de garantir o abastecimento de astronautas em missões futuras.

Essa ação faz parte da Rede Space Farming Brazil, uma colaboração entre a Embrapa e a Agência Espacial Brasileira (AEB). A iniciativa busca desenvolver sistemas agrícolas que possam prosperar fora da Terra. A colaboração com a Winston-Salem State University (WSSU) e a Odyssey também fortalece a iniciativa brasileira, trazendo conhecimento e tecnologia para o projeto.

A escolha da batata-doce e do grão-de-bico para a missão espacial não foi aleatória. Ambas as culturas apresentam características agronômicas e nutricionais valiosas, sendo resilientes, de rápido crescimento e com baixo requerimento de insumos. Esses atributos as tornam ideais para o cultivo em ambientes espaciais adversos, onde recursos são limitados e as condições são extremas. Além disso, a batata-doce é rica em carboidratos e antioxidantes, enquanto o grão-de-bico oferece um alto teor proteico, tornando-os alimentos no espaço nutritivos para os astronautas.

O experimento a bordo da Blue Origin expôs as plantas e sementes à microgravidade por aproximadamente cinco minutos. Essa condição pode desencadear variações genéticas e novas respostas fisiológicas nas plantas. Os pesquisadores esperam que essa exposição acelere o melhoramento genético, resultando em cultivares mais resistentes à seca, mais eficientes no uso de recursos e mais adaptadas às mudanças climáticas, tanto no espaço quanto na Terra. A Rede Space Farming Brazil alinha o país ao Programa Artemis da Nasa.

A pesquisa em alimentos no espaço tem o potencial de gerar tecnologias que podem ser aplicadas no setor agropecuário brasileiro. Esses spin-offs podem transformar práticas agrícolas tradicionais, gerando novas cultivares mais resistentes, sistemas de cultivo indoor e vertical, inteligência artificial na gestão agrícola, eficiência energética e adaptação às mudanças climáticas. Essas tecnologias podem ser utilizadas em regiões afetadas pela seca, solos degradados ou áreas com restrições climáticas.

Via Forbes Brasil

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.