Em um cenário de juros elevados, estados como Paraná e Goiás buscam alternativas para o setor agroindustrial. A ideia é atrair o mercado de capitais, permitindo expansão a custos mais competitivos e com menos impacto da Selic. O Crédito de ICMS é a chave para facilitar esses investimentos.
O Paraná criou o primeiro Fiagro que combina recursos estatais e privados para financiar a construção de aviários. Com taxas de juros abaixo de 10% ao ano, a iniciativa é um avanço para produtores locais. Goiás segue a tendência e lança FIDCs na B3 para apoiar a agroindústria e estratégias regionais.
Esses estados oferecem créditos acumulados de ICMS aos exportadores, facilitando investimentos nas indústrias. O objetivo é incentivar a expansão das empresas, especialmente no setor agropecuário, e promover um ganho econômico. O modelo já atraiu interesse e pode movimentar bilhões em investimentos futuros.
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Em um cenário de juros altos, onde a Selic impacta diretamente a capacidade de investimento, estados como Paraná e Goiás estão buscando alternativas para impulsionar o setor agroindustrial. A estratégia? Atrair o mercado de capitais com modelos inovadores que viabilizem a expansão a custos mais competitivos. Vamos entender como o Crédito de ICMS está sendo utilizado para esse fim.
O Paraná, conhecido por seu forte ecossistema de produção de carne de frango, saiu na frente ao criar o primeiro Fiagro que combina recursos estatais e privados. Essa iniciativa permite financiar a construção de aviários para produtores da cooperativa C. Vale, com taxas de juros abaixo de 10% ao ano.
Inspirado pelo modelo paranaense, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, lançou na B3 uma proposta para a criação de FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) destinados a financiar a agroindústria e outras atividades estratégicas para o estado. A expectativa é que as taxas de juros para as agroindústrias também fiquem em torno de 10% ao ano.
Durante o lançamento na B3, diversas agroindústrias de Goiás, como a São Salvador Alimentos e o grupo sucroalcooleiro Jalles Machado, marcaram presença. Gestoras como a XP Investimentos, representada por Gustavo Almeida e Rafael Furlanetti, também demonstraram interesse na iniciativa.
Para que essas iniciativas se concretizem, Paraná e Goiás estão liberando um recurso importante para os exportadores: os créditos acumulados de ICMS. A ideia é permitir que as agroindústrias utilizem esses créditos para investir nos fundos, financiando a expansão de suas unidades fabris. Historicamente, a recuperação desses créditos tem sido um desafio para os exportadores, devido à isenção de impostos sobre exportações prevista na Lei Kandir. Os recursos acabam retidos no Tesouro, com a liberação ocorrendo de forma lenta e gradual pelos governos estaduais.
Com o Fiagro no Paraná e os FIDCs em Goiás, os governos estaduais buscam um ganho tanto econômico quanto político, incentivando novos investimentos e permitindo que as empresas exportadoras utilizem seus créditos para expandir seus negócios. O modelo tem atraído tanto interesse que o Paraná já está preparando o segundo edital para a criação de novos fundos.
Atualmente, há diversas gestoras interessadas em participar do financiamento da expansão de aviários de cooperativas como LAR e empresas como a GTF (antiga GTFoods), incluindo BTG Pactual, Itaú e XP. A expectativa é que os fundos paranaenses consigam alavancar um investimento entre R$ 3 bilhões e R$ 5 bilhões.
Estados como Paraná e Goiás estão transformando o Crédito de ICMS em oportunidade, combinando incentivos fiscais com o mercado de capitais para impulsionar o agronegócio local. Resta acompanhar os próximos capítulos dessa estratégia e seus resultados a longo prazo.
Via InfoMoney
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