A Levi’s estratégia feminina ganhou força após a rejeição de uma proposta que pedia o fim dos programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I) na assembleia anual de acionistas em abril de 2025. Mais de 99% dos votos foram contra a medida, proposta por um grupo conservador. A decisão reforça o compromisso da marca com políticas inclusivas, seguindo um movimento semelhante ao da Apple no início do ano.
Michelle Gass, CEO da Levi’s desde 2022, lidera essa transformação. Com experiência em empresas como Kohl’s e Starbucks, ela estabeleceu uma meta clara: aumentar a participação feminina de 33% para 50% do público consumidor até o final de 2025, com projeção de US$ 2 bilhões em vendas. Sob seu comando, a marca expandiu o portfólio com blusas, jaquetas e acessórios, registrando crescimento de 11% no segmento feminino nos últimos trimestres.
Uma das ações mais impactantes foi a parceria com Beyoncé, iniciada em 2024. A colaboração surgiu após a cantora mencionar a marca na música “Levii’s Jeans”, do álbum “Cowboy Carter”. A Levi’s respondeu adicionando um “i” extra em suas redes sociais, o que levou à campanha global “REIIMAGINE”, focada no público feminino. A estratégia resgata a relação histórica da artista com a marca, que remonta aos tempos do Destiny’s Child.
Kenny Mitchell, diretor de marketing da Levi’s, destacou que qualidade e estilo transcendem gerações, reforçando a importância de equilibrar tradição e inovação. Durante uma coletiva em março de 2025, Michelle Gass ressaltou que mulheres representam 60% a 70% do mercado global de vestuário, mas apenas um terço dos clientes da Levi’s. A discrepância, segundo ela, é tanto um desafio quanto uma oportunidade.
A aposta em diversidade e representatividade tem se mostrado um diferencial competitivo para a marca, que busca reconquistar espaço no guarda-roupa feminino após anos de dificuldades.
Via Exame
