Estudo aponta que Brasil pode ganhar R$ 94 bilhões com agro sustentável

Estudo revela que adoção de práticas sustentáveis no agro pode gerar R$ 94 bi ao ano no Brasil até 2030.
30/10/2025 às 16:41 | Atualizado há 15 horas
               
Práticas sustentáveis no agro
Adoção de biocombustíveis e práticas sustentáveis impulsiona ganhos na agricultura. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

Um estudo da FGV indica que o Brasil poderia elevar seu PIB em R$ 94 bilhões anuais até 2030 com a adoção de práticas sustentáveis no agro. Essa projeção considera o uso de biocombustíveis, bioinsumos e outras tecnologias disponíveis que diminuem as emissões de gases. O estudo visa mobilizar tanto o governo quanto investidores para aumentar a eficiência no setor.

De acordo com os pesquisadores, a ampliação do Sistema de Plantio Direto e a intensificação da pecuária poderão reduzir consideravelmente as emissões de CO₂. A pesquisa destaca que a adoção dessas práticas não apenas melhora o desempenho econômico, mas também contribui para questões ambientais. Isso poderia impactar positivamente a criação de empregos no país.

Com a aproximação da COP30, o estudo serve como base para que ações sejam tomadas em direção a uma agricultura sustentável. As práticas sugeridas prometem não apenas melhorar a economia, mas também a qualidade ambiental e alimentar no Brasil. Assim, o debate em torno dessas iniciativas ganha relevância nos cenários de políticas públicas.
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Um estudo do Observatório de Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV) aponta que o Brasil pode incrementar seu Produto Interno Bruto (PIB) em até R$ 94,8 bilhões anuais até 2030. Essa projeção considera a adoção mais ampla de tecnologias agropecuárias práticas sustentáveis no agro que já estão disponíveis. O estudo busca impulsionar tanto políticas públicas quanto investimentos privados no setor.

O cálculo considera a expansão do uso de biocombustíveis, bioinsumos, sistema de plantio direto e a terminação intensiva de gado, práticas que também contribuem para a redução das emissões de gases de efeito estufa. Segundo Cícero Lima, pesquisador da FGV e responsável pelo estudo, essas tecnologias não apenas mitigam o carbono, mas também geram um impacto econômico significativo.

De acordo com Lima, o plano ABC+ do Ministério da Agricultura, que oferece financiamento para agricultura de baixa emissão de carbono, não quantifica os ganhos econômicos. O estudo da FGV pode servir como base para um maior direcionamento de recursos para este programa, que atualmente dispõe de fundos relativamente pequenos.

Guilherme Bastos, coordenador do Centro de Bioeconomia da FGV, ressalta que o projeto sinaliza ao governo como as políticas públicas podem incentivar a adoção dessas práticas pelos produtores. Ele sugere que um ritmo de adoção mais acelerado pode ser alcançado dependendo dos mecanismos de financiamento disponíveis.

Bastos explica que, caso a adoção das melhores práticas sustentáveis no agro implique em um aumento de custos, a política pública deve entrar em cena para tornar o uso da tecnologia mais acessível aos produtores. O CEO do Instituto Equilíbrio, Eduardo Bastos, enfatiza a importância de discutir esses temas durante a conferência do clima COP30 em Belém, visando a construção do próximo Plano Safra.

O objetivo é sensibilizar os atores financeiros, tanto públicos quanto privados, de que essa agenda é não só econômica, mas também ambiental, energética e alimentar. A análise aponta que os biocombustíveis, por si só, podem adicionar R$ 71,4 bilhões ao ano. A adoção mais ampla de bioinsumos agregaria R$ 15,2 bilhões ao PIB, seguida pela expansão do plantio direto (R$ 4,7 bilhões) e da intensificação da terminação bovina (R$ 3,5 bilhões).

Lima exemplifica que uma única tecnologia, como os bioinsumos, pode adicionar até 0,13% ao PIB anualmente. Em um país com crescimento de 2%, isso representa mais de 6% do crescimento total vindo de uma prática de baixo carbono. Além do impacto macroeconômico, a adoção em larga escala pode criar mais de 700 mil empregos diretos até o final da década.

O Sistema de Plantio Direto (SPD), técnica que reduz o revolvimento do solo e favorece a retenção de carbono, poderia ser ampliado de 10,8 milhões para 34,1 milhões de hectares. Isso resultaria em uma redução de 7,4 milhões de toneladas de CO₂ equivalente entre 2025 e 2030, devido à maior fixação de carbono no solo.

Na pecuária, a expansão da terminação intensiva poderia ampliar o número de animais em manejo intensivo de 8 milhões para 13,5 milhões de cabeças até 2030, reduzindo emissões em 19,3 MtCO₂, devido ao menor tempo de permanência dos animais no sistema. A implementação destas práticas sustentáveis no agro reflete um futuro promissor para a economia brasileira e o meio ambiente.

Com a proximidade da COP30 em Belém, a discussão sobre práticas sustentáveis no agro ganha ainda mais relevância. O estudo da FGV oferece dados concretos que podem direcionar políticas públicas e investimentos privados, alinhando crescimento econômico com responsabilidade ambiental.

Via InfoMoney

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Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.