Novas análises genéticas mostram que a domesticação dos gatos aconteceu mais tarde do que se imaginava e de forma menos linear. Ao contrário da ideia tradicional, os gatos domésticos modernos surgiram no Norte da África, não no Levante.
A pesquisa também indica que os gatos chegaram à Europa há cerca de 2.000 anos, acompanhando a expansão do Império Romano, e à Ásia por meio da Rota da Seda. Antes disso, outras espécies felinas conviviam com humanos, mas não foram domesticadas.
O estudo destaca que a domesticação dos gatos envolveu diferentes populações e dinâmicas regionais. Novos dados genéticos são essenciais para entender melhor a relação histórica entre humanos e esses animais hoje tão presentes no cotidiano.
Novas análises de DNA antigo apontam que a domesticação dos gatos ocorreu mais tarde e de forma mais complexa do que se imaginava. Ao contrário da teoria tradicional que situava o início do processo há 9.500 anos no Levante, a pesquisa mostra que o gato doméstico moderno (Felis catus) teve origem no Norte da África.
Os dados indicam que os gatos domésticos chegaram à Europa há cerca de 2.000 anos, acompanhando a expansão do Império Romano, e não junto com os primeiros agricultores neolíticos, como se supunha até então. A presença dos gatos atuais na Ásia está ligada à Rota da Seda, com registros a partir de 730 d.C.
Antes, a convivência humana era marcada por outros felinos, como o gato-selvagem-europeu e o gato-leopardo na China. Este último manteve uma relação comensal com humanos por milênios, ajudando na caça de roedores, mas não foi domesticado devido a conflitos causados por sua predação de aves domésticas.
O estudo revela ainda um cenário fragmentado, com diferentes espécies felinas interagindo com humanos em várias regiões, sem uma trajetória única de domesticação. No Egito Antigo, os gatos já aparecem em representações como animais domésticos, mas não está claro se foi o local de origem da domesticação ou um centro onde ela foi aperfeiçoada.
Essas descobertas reforçam que a história dos gatos domésticos é menos linear e envolve múltiplas dinâmicas populacionais. Novas amostras genéticas são essenciais para aprofundar o entendimento sobre esses animais que hoje fazem parte do cotidiano humano.
Via Super