Um estudo recente do Museu Americano de História Natural revelou um fenômeno surpreendente: a biofluorescência aves-do-paraíso. Pesquisadores analisaram penas de 45 espécies, descobrindo que 37 delas exibem essa característica. O estudo publicado no periódico científico Royal Society Open Science, fornece novos detalhes sobre a biologia dessas aves.
As aves-do-paraíso, encontradas na Papua-Nova Guiné, Indonésia e Austrália, são conhecidas por suas vibrantes penas e danças elaboradas de acasalamento. Agora, sabemos que elas também emitem luz. A pesquisadora Rene Martin, da Universidade de Nebraska-Lincoln, explicou em entrevista ao The New York Times que as aves absorvem luz ultravioleta (UV) e a reemitem em comprimentos de onda visíveis, criando um efeito brilhante. Esse brilho, segundo ela, é uma espécie de tom verde brilhante e amarelado.
A biofluorescência aves-do-paraíso está presente em machos e fêmeas, mas com diferenças significativas. Nos machos, o brilho aparece em diversas partes do corpo, incluindo cabeça, cauda, barriga, pescoço, parte interna da boca, bico, pés e garganta. Já nas fêmeas, a biofluorescência se limita ao peito e à barriga. Essa diferença levou os pesquisadores a acreditarem que a biofluorescência seja uma estratégia para atrair parceiras durante o acasalamento.
De acordo com a publicação no The Guardian, a biofluorescência nos machos intensifica a visibilidade de áreas de plumagem preta, tornando-as ainda mais chamativas. O estudo destaca que três gêneros, Lycocorax, Manucodia e Phonygammus, não apresentam biofluorescência. Uma hipótese é a monogamia dessas espécies, resultando em menor competição entre os machos.
John Sparks, coautor do estudo, enfatizou a escassez de pesquisas sobre biofluorescência em aves. Apesar das extensas pesquisas sobre aves-do-paraíso, esse novo estudo revela novos insights sobre sua visão, comportamento e morfologia. A equipe de pesquisa planeja agora observar as aves em seu habitat natural para explorar outras possíveis funções da biofluorescência, além do acasalamento. A pesquisa inicial indica que a biofluorescência aves-do-paraíso pode desempenhar um papel crucial na comunicação e no sucesso reprodutivo dessas aves.