EUA enfrentam crise econômica lenta e provocada por decisões internas

Entenda como a crise econômica nos EUA, causada por decisões internas, pode afetar o mercado global e o Brasil.
28/04/2025 às 06:02 | Atualizado há 5 meses
Tempestade econômica nos EUA
Tempestade provocada pelo presidente americano, que pode limitar seus danos. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

A administração de Donald Trump nos Estados Unidos adotou medidas que contrastam com o interesse de um presidente em fortalecer a economia e o mercado de ações. Apesar de momentos de otimismo nos mercados, impulsionados por um recuo em algumas das políticas mais agressivas, a imposição de tarifas, especialmente na guerra comercial com a China, continua a gerar instabilidade.

Além disso, os ataques verbais de Trump ao Federal Reserve (Fed) e ao seu presidente, Jerome Powell, ameaçaram a independência do banco central. O enfraquecimento de agências governamentais e os cortes em financiamentos universitários, somados à consideração de políticas que poderiam desestabilizar o papel do dólar, contribuem para um cenário de nervosismo entre investidores e executivos.

O impacto das tarifas de Trump, comparável a um choque no preço do petróleo, pode levar a uma inflação descontrolada e recessões. Economistas, como o ex-secretário do Tesouro Larry Summers, alertam que essas políticas tarifárias são um convite à estagflação, combinando alta inflação e baixo crescimento.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que as guerras tarifárias reduzirão o crescimento econômico global para 2,8% este ano, com uma queda ainda maior nos Estados Unidos em 2025. Tarifas, na prática, são impostos que recaem sobre os consumidores.

Segundo o Budget Lab da Yale, as tarifas em vigor podem representar uma taxa efetiva de 28% para os consumidores americanos, a mais alta desde 1901. Essa medida pode levar a uma perda média de consumo de US$ 4.900 por família.

O aumento das tarifas também deve impactar o mercado de trabalho, elevando a taxa de desemprego em 0,6 ponto percentual e potencialmente reduzindo a folha de pagamento em 770.000 pessoas.

Apesar do cenário tenso, Trump convidou países a negociarem, indicando que as tarifas podem ser reduzidas. No entanto, a relação entre EUA e China permanece frágil, com ambos os países impondo altas tarifas sobre os produtos do outro.

Nos mercados, as ações americanas têm demonstrado instabilidade, enquanto outros mercados globais apresentam resultados mais positivos. Os títulos americanos mantêm-se relativamente estáveis, embora os rendimentos continuem altos, refletindo o receio de que as tarifas causem inflação.

A independência do Fed é vista como crucial para a estabilidade econômica, com economistas defendendo que bancos centrais protegidos de interferências políticas tendem a garantir políticas monetárias mais sólidas e economias mais fortes.

A tempestade econômica nos EUA depende das decisões de Trump, que, apesar de suavizar o discurso em alguns momentos, mantém a política de tarifas. Essa abordagem rompe com décadas de consenso econômico e gera incertezas nos mercados.

CEOs já começam a reduzir suas projeções para o próximo ano, refletindo a preocupação com o cenário econômico. Analistas também revisaram para baixo as estimativas de lucros e receitas do S&P 500, e grandes varejistas alertaram sobre interrupções nas cadeias de suprimentos.

A percepção de risco no mercado aumentou, com a queda dos preços das ações e o aumento dos rendimentos dos títulos, indicando um fardo sobre os mercados, que pode ser aliviado por declarações amenizadoras, mas que permanece como um desafio significativo.

Em um contexto de incertezas e tensões comerciais, a situação econômica dos EUA permanece suscetível às decisões do presidente Trump, que tem o poder de mitigar ou exacerbar os impactos da **tempestade econômica nos EUA**.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.