EUA propõem tarifa de 50% sobre produtos florestais brasileiros

Tarifa de 50% dos EUA gera incerteza no setor florestal do Brasil, afetando empregos e exportações.
05/08/2025 às 20:58 | Atualizado há 1 mês
Tarifa EUA sobre madeira brasileira
Tarifa de 50% dos EUA ameaça empregos e exportações no setor florestal brasileiro. (Imagem/Reprodução: Exame)

Uma nova proposta de tarifa de 50% pelos Estados Unidos para produtos florestais brasileiros pode afetar severamente o setor. Esta medida, segundo a APRE Florestas, pode levar à perda de cerca de 40 mil empregos no Paraná, um dos principais produtores de madeira no país.

Diversos produtos, como madeira serrada e móveis, estarão sob a nova tarifa. O impacto deste imposto pode ser amplo, já que o Brasil exporta US$ 3,7 bilhões nessa área. As empresas estão se preparando para enfrentar a crise, implementando medidas como férias coletivas para minimizar os efeitos da tarifa.

O setor florestal, vital para a economia brasileira, enfrenta um futuro incerto devido a essa situação. Políticas emergenciais estão sendo discutidas para proteger empregos e garantir o funcionamento da indústria, que exerce um papel crucial, especialmente nas regiões Sul e Sudeste.

A nova tarifa de 50% proposta pelos Estados Unidos para produtos florestais brasileiros pode gerar grandes consequências para o setor no Brasil, especialmente nas regiões Sul e Sudeste. O presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas), Fabio Brun, manifestou sua preocupação com a medida, que pode resultar na perda de aproximadamente 40 mil empregos no Paraná — um dos maiores produtores de madeira de pinus do país.

Essa tarifa entrará em vigor em breve e se aplica a diversos produtos, incluindo madeira serrada, painéis, portas e móveis, todos oriundos de florestas plantadas de pinus e eucalipto. O segmento de produtos florestais, com um volume de exportações que chega a US$ 3,7 bilhões anuais, é uma parte significativa do agronegócio brasileiro.

A dependência do setor florestal nacional em relação aos Estados Unidos é alta. Dados revelam que 98% das molduras fabricadas no Paraná são direcionadas para o mercado americano. A situação se repete com portas de madeira, onde 96% do faturamento provém do mesmo destino. Até mesmo produtos como compensados de pinus não escapam dessa dependência, tendo 33% de suas exportações destinadas aos EUA. Isso levanta um sinal vermelho para o futuro da indústria, caso haja uma redução nas exportações.

A expectativa em relação ao impacto imediato da nova tarifa já causa incerteza. Algumas empresas do setor começaram a implementar estratégias de contenção, como suspensão de envios e a adoção de férias coletivas. A Braspine, uma das principais fabricantes de molduras do Paraná, já anunciou a necessidade de férias coletivas de 30 dias para cerca de 1.500 funcionários das suas unidades para tentar minimizar os efeitos dessa crise iminente.

Um ponto que destaca a contradição dessa decisão é que determinados produtos, como celulose química, foram isentos da nova tarifa. As indústrias que produzem esses insumos, amplamente utilizados para fabricação de produtos como papel higiênico e guardanapos, podem ter um alívio em um cenário que pode afetar drasticamente o restante do setor florestal.

O setor, que exerce um papel crucial na economia, principalmente no Sul do Brasil, onde cerca de 15% dos empregos diretos do segmento florestal estão localizados, também realiza projetos sociais que podem sofrer um baque caso a situação não seja revertida. Portanto, a necessidade de políticas emergenciais, como liberação de linhas de financiamento e antecipação de créditos, está em pauta para minimizar os danos que a Tarifa EUA sobre madeira brasileira poderá causar.

Os próximos dias podem ser decisivos para o setor. A APRE Florestas espera uma atuação rápida do governo estadual e federal para proteger a indústria e os empregos. Essa questão, se não abordada com urgência, poderá desenhar um futuro incerto, não só econômico, mas também social, para muitas comunidades ligadas à produção florestal.

Via Exame

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.