No competitivo mercado de venda de automóveis nos Estados Unidos, a Império Carvana Garcia surgiu como um modelo de negócio digital que desafia as concessionárias tradicionais. Por trás dessa transformação, está Ernest Garcia II, um empresário com um passado controverso, mas que construiu uma fortuna bilionária.
Ernest Garcia II é o fundador da DriveTime, uma das maiores redes de concessionárias de carros usados nos EUA, e principal acionista da Carvana, plataforma online que busca revolucionar a venda de veículos. Seu filho, Ernest Garcia III, lidera a operação da Carvana. Juntos, eles controlam um negócio que alcançou um faturamento de US$ 13,67 bilhões em 2024.
A fortuna de Ernest Garcia II é estimada em US$ 14,9 bilhões, enquanto a de seu filho, Ernest Garcia III, chega a US$ 5,7 bilhões, de acordo com a Forbes. A Carvana, apesar de seu crescimento, ainda detém menos de 1% do mercado americano de carros usados, tendo vendido 416.348 veículos em 2024. O plano é expandir essa participação de mercado com tecnologia e eficiência.
O passado de Ernest Garcia II é crucial para entender a trajetória do Império Carvana Garcia. No início de sua carreira como advogado no mercado imobiliário, ele foi condenado por fraude bancária em 1990, durante o escândalo da Lincoln Savings & Loan. Ele se declarou culpado por obter fraudulentamente uma linha de crédito de US$ 30 milhões.
Após cumprir três anos de liberdade condicional, Garcia II reconstruiu sua vida no setor automotivo. Ele adquiriu a Ugly Duckling, uma locadora de veículos, por menos de US$ 1 milhão, transformando-a na DriveTime. O modelo de negócio era focado na venda de carros usados para clientes com baixa pontuação de crédito, financiando as compras diretamente.
Nos anos 2000, a DriveTime já era uma empresa bilionária. Em 2012, seu filho, Ernest Garcia III, propôs a criação de uma experiência de compra totalmente online, com financiamento próprio e entrega através de vending machines de carros. Assim nasceu a Carvana, inicialmente como subsidiária da DriveTime, mas com o apoio financeiro e operacional do pai.
A Carvana opera como um marketplace digital, permitindo que os consumidores pesquisem, financiem e recebam o veículo em casa ou retirem em uma das vending machines da empresa. Esse modelo de negócio busca eliminar os custos fixos do varejo tradicional. No entanto, a empresa enfrenta desafios, como a alta dependência de crédito facilitado por parte dos clientes.
Apesar dos desafios, a Império Carvana Garcia teve uma virada em 2024, com um crescimento de 27% na receita anual e um lucro expressivo. Resta saber se o modelo de negócio se sustentará a longo prazo. Ernest Garcia III continua com o objetivo de transformar o setor automotivo, enquanto seu pai permanece como o principal acionista da operação.
O sucesso da Carvana, liderada por Ernest Garcia III e sustentada pela visão de Ernest Garcia II, demonstra a capacidade de inovar em um mercado tradicional. O futuro do Império Carvana Garcia dependerá de sua capacidade de manter a rentabilidade e expandir sua presença no mercado americano.
Via Exame
